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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Contaminado por Covid-19 questiona atendimento do Pedrão

Paciente reclama que demora em atestar a doença só facilita a disseminação do novo coronavírus

Além da precariedade na Saúde de Teresópolis que já é conhecida há bastante tempo, com casos recorrentes de problemas na UPA, pacientes com suspeitas de Covid-19 também estão sofrendo para conseguir receber o atendimento correto por conta dos protocolos criados pelo governo municipal. A longa espera para poder ter o direito de fazer o teste e o tipo de exame que é disponibilizado podem estar potencializando a contaminação no município e causando agravamento da saúde de pacientes. Esse problema tomou uma grande projeção nas redes sociais através do relato de um homem não recebeu o tratamento adequado no Pedrão enquanto ele, a esposa, a sogra e a filha de 7 anos já apresentavam vários sintomas e o quadro deles ia piorando. 
O desabafo de Welysom Ribeiro demonstra que os procedimentos adotados em Teresópolis e o tipo de exame que é feito podem prejudicar o tratamento e agravar uma situação que poderia receber melhor atenção desde o início. Sem uma solução no atendimento no Pedrão e temendo pela saúde, ele precisou gastar dinheiro com atendimento particular.
“Fomos bem atendidos por toda equipe médica, mas não fizemos o teste por não haver ainda os intermináveis 10 primeiros dias de sintomas. Saímos de lá com a receita do coquetel para tomarmos e com atestado de isolamento de 5 dias.  Como os sintomas eram mais fortes na minha esposa, no dia 9 decidimos fazer o exame particular (R$ 350,00) no Hospital São José e em 48 horas saiu o resultado dela: POSITIVO para Covid19! Neste mesmo dia eu já tinha quase todos os sintomas: dor no corpo, dor de barriga, diarreia, dor nas costas, pressão absurda na cabeça, tosse, febre de 3 em 3 horas, perda de paladar e olfato. Mas o pior viria no sábado, dia 12, quando acordei com uma pressão muito forte no peito e tinha dificuldades para respirar mais fundo. Neste dia achei que eu ia….”, conta Welysom em sua publicação no Facebook.

Ele conta que embora já tivesse pré-agendado pela Secretaria de Saúde uma consulta clínica para ele fazer o teste Covid na terça-feira dia 15, quando completaria 10 dias de sintomas, ele resolveu voltar ao Pedrão com a esposa para ser avaliado. Desta vez, mesmo estando no sétimo dia de sintomas, o médico resolveu fazer o teste, porém o resultado deu negativo.  
Welysom relatou que mesmo sentindo os sintomas e explicando que o coquetel que ele estava tomando tinha acabado, o médico apenas o teria indicado isolamento por 7 dias, baseando-se no resultado negativo do teste rápido feito no local. Só depois que ele mostrou o resultado positivo da esposa é que foi pedido a ele retornar para fazer outro exame quando completasse dez dias dos sintomas. No dia marcado, então ele fez o teste no Pedrão, ainda apresentando febre e novamente o resultado foi negativo. 
Foi então que buscou uma contraprova que evidenciou ainda mais as falhas nas regras e exame que são disponibilizados no Pedrão: “Com febre acima de 38, todos os sintomas covid19 saí do Pedrão com prescrição de antibiótico, diferentemente de sábado. Me disseram também que a partir do próximo sábado eu já não contaminaria ninguém, haja vista 14 dias de sintomas. Ainda sim, muito preocupado e com medo, procurei amigos da área de saúde que me consultaram e me encaminharam para fazer um TC de urgência no HCT. Resultado: Covid-19 e 25% de pulmão comprometido. Essa médica-amiga, um anjo que entrou na minha vida hoje, mudou totalmente a medicação que haviam prescrito pra mim no Pedrão, as orientações também mudaram e as próximas 48 horas serão importantíssimas para definir minha recuperação ou internação! Deus no controle!”, afirmou.
De acordo com o texto, ele agora tenta viabilizar os testes para a sogra, a filha e o filho que não teve sintomas. 
Diante que tudo que passou, Welysom afirma que a experiência deixou claro para ele que a recuperação da Covid-19 em Teresópolis é praticamente “uma loteria”, pois o cidadão vai depender de “muita sorte e fé”, destacando ainda que os profissionais sempre o atenderam bem, mas isso não resolve o problema que é a falta de um acolhimento eficiente. “No Pedrão nada se resolve. O Pedrão é marketing”, afirmou.

Vice-prefeito responde às críticas
A grande repercussão da postagem fez com que recebesse dezenas de comentários e compartilhamentos, fazendo com que o vice-prefeito Ari Boulanger se pronunciasse em resposta ao relato de Welysom: “Também estou com Covid, apesar de também tomar todos os cuidados pertinentes contra a Covid. Li sua mensagem inteira e vou levá-las para discussão! Muito obrigado pelo Feedback que você está dando. Te aconselho a tratar todos da casa como Covid mesmo sem a testagem. Melhoras para todos vocês e se persistir os sintomas volte para o Pedrão ou vá direto para a UPA. Só discordo que o Pedrão é marketing, já foram salvos muitos pacientes ali dentro e com essa observação vou orientar todo time novamente. Hoje o que salva o paciente é o tratamento no início da doença. Com dois sinais já temos que considerar que é Covid e o tratamento tem que começar no mesmo dia. Melhoras e um forte abraço!”
Já a prefeitura não nos enviou um posicionamento sobre as questões apontadas. A assessoria de comunicação disse em nota que estava providenciando a respostava com os responsáveis pela área, o que não chegou até o fechamento desta reportagem.

 

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Edição 28/11/2024
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