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Covid-19: anticorpos de animais servem como base para criar kit-diagnóstico

Anticorpos extraídos de diferentes animais serviram de base para o desenvolvimento de mais um kit brasileiro de diagnóstico da Covid-19. Anticorpos de cavalos, de camundongos e de coelhos foram utilizados para a obtenção de uma grande quantidade de biossensores.

Anticorpos extraídos de diferentes animais serviram de base para o desenvolvimento de mais um kit brasileiro de diagnóstico da Covid-19. Anticorpos de cavalos, de camundongos e de coelhos foram utilizados para a obtenção de uma grande quantidade de biossensores. Os anticorpos servem como a base dos testes e são muito caros quando adquiridos no mercado. A ideia, além de reduzir custos, é produzir um sensor fácil de manusear, barato e rápido no diagnóstico.

Se o kit for aprovado pela Anvisa, o custo do teste, que será feito a partir de saliva em vez do "cotonete", ficará em R$ 5. E, com o uso de equipamentos simples, o tempo de leitura varia entre 2 e 5 minutos.

O estudo recebeu R$ 608 mil de financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e mais R$ 2 milhões e 500 mil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A pesquisadora Célia Machado Ronconi, da Universidade Federal Fluminense (UFF), explica que o grupo purificou o soro de cavalo contendo os anticorpos policlonais equinos doados pelo Instituto Vital Brazil (IVB), vinculado ao Governo do Estado. Os anticorpos foram produzidos a partir da proteína S (Spike) isolada do vírus pelo Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares da Coppe/UFRJ. Os bioconjugados fluminense, criados a partir dos anticorpos de cavalos e nanopartículas de ouro, foram capazes de identificar tanto a proteína S (Spike) isolada do vírus como o vírus inativado. Como os anticorpos equinos são produzidos em grandes quantidades no Instituto Vital Brazil, renderá uma produção dos bioconjugados também em grande escala.

Ronconi faz parte de uma rede nacional que inclui ainda cientistas da PUC-Rio, UFRJ, UnB, UFMG, USP-São Carlos, as universidades federais do Tocantins e de Goiás, o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, o Instituto Vital Brazil e o Butantã. Segundo ela, já a equipe da UnB, coordenada pelo professor Ricardo Bentes de Azevedo, empregou anticorpos IgG de coelhos. E o sistema desenvolvido em Brasília reconheceu o vírus inativado em diferentes concentrações. Os ensaios iniciais com saliva de pacientes contaminados e não contaminados com o coronavírus foram realizados, com 176 pacientes, pelos cientistas de Brasília. Os testes mostraram que o sistema é seletivo ao vírus SARS-CoV-2.

Ronconi ainda destaca a perspectiva da metodologia desenvolvida permitir o acoplamento de anticorpos específicos para outros vírus, como H1N1, zika, dengue e aids. A metodologia também poderá ser utilizada para acoplar anticorpos específicos para a imunoterapia do câncer.

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Edição 26/11/2024
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