Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, alertou aos cariocas que esta semana será a mais decisiva na luta contra o coronavírus na cidade. Segundo ele, ao mesmo tempo em que a curva de contágio se acelera, estão chegando novos equipamentos comprados da China, mas que somente deverão funcionar na outra semana.
Durante coletiva de imprensa, na tarde deste domingo (3), no hospital de campanha do Riocentro, Crivella disse:
“Esta semana é a que mais nos preocupa. Porque se acelerou o número de contágios e as pessoas precisando dos hospitais. Nós aguardávamos, já há bastante tempo, ajuda de outros entes, o que, até agora, não ocorreu. Nós tivemos uma notícia de que o estado não está, neste momento, conseguindo os equipamentos necessários. E os nossos só chegam durante esta semana. Esta semana, para nós, talvez seja a mais decisiva, a mais difícil, a mais angustiante”.
O prefeito lembrou que estão sendo instalados tomógrafos, aparelhos que podem realizar imagens em alta definição do pulmão, mostrando se há algum tipo de infecção pelo novo coronavírus, mesmo que em fase inicial. Isto ajuda muito aos pacientes que têm outras doenças, chamadas de comorbidades, fazendo parte do chamado grupo de risco.
“Eu peço a todos que possuem comorbidade – e 90% das vidas que perdemos foram de pessoas com comorbidade. A chance que temos de salvá-las é o diagnóstico precoce, a pneumonia no início. Esta semana para nós é o Dia D. Estamos com os tomógrafos sendo instalados e nossos equipamentos chegando da China nesta semana. É o momento mais difícil para nós. Eu não sei se é o pico, não sei se será nesta semana ou na outra. É o momento mais delicado”, declarou Crivella.
Segundo ele, também foi discutido com o grupo de especialistas em saúde que balizam as ações da prefeitura se deverá haver um aumento ainda maior na circulação das pessoas na cidade, o que, segundo o prefeito, não deverá ocorrer no momento: “Não foram consideradas como uma hipótese, adequada para este momento, medidas como lockdown e shutdown. Os nossos especialistas, e são mais de 20, não consideraram isso”.
Crivella também abordou as filas nas lotéricas, que estariam causando aglomerações e possibilitando o contágio da doença. Segundo ele, se a Caixa e os lotéricos não conseguirem reduzir as filas, a prefeitura irá pedir que não haja mais apostas nas casas lotéricas, que continuariam com outras funções, como operações bancárias e pagamentos de benefícios.