A Concessionária Rio-Teresópolis iniciou as intervenções para dar mais segurança ao trecho da rodovia BR 116 que fica em frente ao condomínio da Fazenda Ermitage, no km 80. O local, que já era conhecido por registrar muitos acidentes, passou a ter um número muito maior de pessoas e carros transitando com a entrega dos apartamentos e no domingo houve um acidente com vítima fatal. Um jovem de 17 anos morreu atropelado quando atravessava a pista com uma bicicleta, atingido por um automóvel em alta velocidade. O jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. De acordo com a Polícia Militar (PM), o motorista fugiu sem prestar socorro, mas foi localizado no interior do município e levado para a 110ª Delegacia de Polícia.
De acordo com o que foi apurado no local, o Mateus Oliveira Ribeiro pretendia visitar a avó no condomínio. A morte dele causou grande comoção e revolta aos moradores que realizaram um protesto próximo ao trevo de Ermitage ainda na tarde de domingo, fechando a rodovia por alguns minutos e pedindo mais segurança no local. A necessidade de intervenções para dar segurança ao acesso do condomínio já eram alardeadas desde a escolha do terreno e o governo estadual tinha garantido que só entregaria os apartamentos após mudanças na rodovia, mas o Inea autorizou a entrada dos moradores entregando as chaves por decisão do deputado André Corrêa sem esperar as obras.
Funcionários da CRT explicaram a pista central da rodovia será fechada nos dois sentidos no trecho em frente ao condomínio e o trânsito será desviado para as pistas laterais que atualmente servem de acostamento, onde estão sendo instalados seis quebra-molas. O objetivo é obrigar os motoristas a reduzirem a velocidade e assim dar mais segurança aos moradores.
Mesmo sem um viaduto ou os quebra-molas, o condomínio já contava com um acesso seguro com um túnel que foi construído para a passagem de pedestres, porém muita gente acaba se arriscando por não querer andar alguns metros a mais para chegar na rua que dá acesso àquela passagem.
A preocupação com o perigo frequente na rodovia é grande entre os moradores que há anos acompanham idas e vindas com várias promessas que não se realizaram: “Nós não temos ninguém aqui por nós. Nos sentimos inseguros porque aquilo ali é um horror. Tem que colocar quebra-molas ou fazer um viaduto, porque já estamos nessa agonia já vai fazer sete anos esperando os apartamentos que agora saíram, mas o viaduto não, então é essa agonia. Essa juventude acha que passar pelo túnel é uma volta muito grande e se aventuram por ali, então é muito complicado. Semana passada eu vi um casal bem idoso tentando passar por ali, nesta pista perigosíssima”, afirmou Dalva Carreiro Pires.
O início das intervenções para instalação de quebra-molas foi anunciado na semana passada pela CRT, que só havia afixado placas indicativas que estavam cobertas com plástico. Já o Inea informou que as obras para realizadas pela CRT para reduzir a velocidade no local foram autorizadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Inicialmente o local deveria receber um viaduto que chegou a ter o anúncio do início das obras para março de 2015, porém desde então uma série de mudanças foram ocorrendo e muitos desentendimentos entre autoridades acabaram fazendo com que o projeto ficasse de lado.
Em nota divulgada no final da tarde desta segunda-feira, a CRT deu seu posicionamento sobre o polêmico assunto: “Como as moradias foram entregues aos moradores sem a observância das orientações da CRT, da ANTT e da PRF, que incluem a construção de viaduto dentre outras alternativas para maior segurança dos moradores e usuários da rodovia, estão sendo tomadas medidas emergenciais e paliativas como é o caso dos redutores de velocidade a fim de minimizar os riscos de acidentes. Estas iniciativas foram aprovadas pela ANTT, são provisórias e têm por objetivo salvar vidas”.