Luiz Bandeira
Balões foram novamente avistados em Teresópolis. Neste domingo (30), um deles acabou caindo na Rua Almirante Barroso, no bairro Granja Florestal. Além desse, a Defesa Civil contabilizou sete balões no céu da região vizinha ao Parque Municipal Montanhas de Teresópolis, sede Pedra da Tartaruga. Apesar de ilegal, a prática ainda é comum e representa uma ameaça direta à segurança da população e às áreas de Mata Atlântica que circundam o município.
O episódio ocorre em um momento de clima atipicamente seco. Segundo a secretária municipal de Defesa Civil, coronel Mariana Antunes, o município está sob a influência de um sistema de alta pressão, o que reduz a umidade e deixa a vegetação altamente suscetível ao fogo. “As nossas matas estão muito secas. Quando um balão cai em um terreno baldio ou em um campo, ele pode aumentar significativamente o risco de propagação de incêndios florestais”, alerta a coronel.

A combinação entre estiagem prolongada e atividades irregulares tem preocupado as autoridades. Em anos anteriores, episódios semelhantes resultaram em queimadas que mobilizaram equipes por horas e destruíram áreas de preservação permanente. Em um cenário de mudanças climáticas, a tendência é que eventos extremos – períodos mais secos e ondas de calor – se tornem cada vez mais frequentes, elevando ainda mais o risco.

Crime ambiental
A soltura de balões é proibida no Brasil e é considerada crime ambiental segundo o Artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). A legislação prevê detenção e multa para quem fabricar, transportar, vender ou soltar balões que possam provocar incêndios. Além do risco de queimadas, os artefatos podem atingir residências, redes elétricas, construções públicas, áreas de preservação e até unidades de conservação.

Para a Defesa Civil, além de crime, é uma prática que coloca em risco a vida de outras pessoas. “A Defesa Civil pede encarecidamente que não se solte balões. Essa é uma medida para preservar a vida humana, o patrimônio ambiental e também o patrimônio público e privado”, reforça a coronel Mariana Antunes.
Como a população deve agir
Qualquer pessoa que avistar balões ou identificar pontos de queda pode acionar imediatamente a Defesa Civil, pelo número 0800 202 1066, ou o Corpo de Bombeiros pelo 193. “Nós enviamos uma equipe para fazer a vistoria, o monitoramento e as ações de prevenção na área indicada”, explica a secretária. Além da denúncia, outro ponto destacado pela coronel é a importância da conscientização. “É a melhor forma de preservarmos vidas e evitarmos tragédias.”
Risco aumentado neste período
Com o solo seco e a vegetação mais vulnerável, um único balão pode dar início a um incêndio capaz de se espalhar rapidamente, consumindo áreas de proteção e colocando em perigo casas, animais e propriedades rurais. Especialistas alertam que, dependendo da direção dos ventos, restos de balões podem viajar vários quilômetros antes de tocar o solo, tornando impossível prever onde irão cair.








