Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que Teresópolis registrou, ao longo de todo o ano de 2024, 1.932 casos de dengue. No total foram 2.062 notificações, mas 130 foram descartadas. Também segundo os números divulgados pelo sistema de acompanhamento do governo federal, no ano passado foram registradas seis mortes em consequência da doença transmitida pelo Aedes aegypti. Os meses com maior número de registros foram abril (549) e maio (157). Entre o público afetado, as mulheres com idade entre 20 e 29 anos foram as mais afetadas, com 197 confirmações da doença. Entre os homens, o público com mais notificações foi o da faixa entre 30 39 anos, com 175 casos. Em todo o país, foram 6.484.890 casos e 5.972 mortes provocadas pela doença. Há ainda 908 óbitos em investigação.
Para evitar a proliferação do mosquito transmissor, é necessário realizar ações de conscientização da população para não deixar água parada. Em 2024, se tal movimento foi realizado pela secretaria municipal de Saúde, ele não foi divulgado. Em junho, Teresópolis entrou na lista de cidades do estado do Rio de Janeiro selecionadas para receber a vacina contra a dengue. O imunizante foi disponibilizado em todas as unidades básicas de saúde do município e na unidade móvel de saúde. Nessa etapa, a vacinação foi disponibilizada apenas para crianças na faixa etária de 10 a 14 anos de idade, sendo elas o público alvo da campanha.
Números no país
No Brasil, a maioria dos casos prováveis de dengue (55%) em 2024 foi identificada entre mulheres. No recorte raça/cor, 42% dos casos prováveis foram registrados entre brancos; 34,4% entre pardos; 5,1% entre pretos; 0,9% entre amarelos; e 0,2% entre indígenas, sendo que, em 17,3% dos casos, a informação não foi registrada. A faixa etária dos 20 aos 29 anos concentrou a maior parte dos casos prováveis, seguida pela de 30 a 39 anos e pela de 40 a 49 anos.
No ranking dos estados, São Paulo aparece com o maior número de casos prováveis (2.182.875). Em seguida estão Minas Gerais (1.695.024) e Paraná (656.286). Na lista de estados com maior coeficiente de incidência, o Distrito Federal (DF) figura em primeiro lugar, com 9.907,5 casos para cada 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (8.252,8 casos por 100 mil habitantes) e Paraná (5.735,2 casos por 100 mil habitantes).
Com o maior coeficiente de incidência do país, o DF registrou um aumento de 584% nos casos prováveis de dengue em 2024 em relação ao ano anterior – foram 279.102 casos no ano passado contra 40.784 em 2023. No mesmo período, as mortes pela doença saltaram de 14 em 2023 para 440 em 2024. Ainda de acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, cinco óbitos seguem em investigação.
Sintomas e riscos
Os principais sintomas da dengue são febre alta repentina, dor de cabeça, prostração e dores nos músculos, articulações e atrás dos olhos. Mas, entre o terceiro e o sétimo dia após o início dos sintomas, podem ocorrer vômitos, dor abdominal, sensação de desmaio e sangramento das mucosas, o que indica um agravamento do quadro. A dengue pode causar extravasamento de plasma e hemorragias, por isso, desde os primeiros sintomas é preciso procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto. Não existe um tratamento específico contra a doença, e os pacientes devem evitar a automedicação, já que alguns remédios, incluindo certos tipos de analgésico e anti-inflamatórios, podem favorecer hemorragias.
O Aedes aegypt também é o mosquito transmissor de outras doenças, como zika e chikungunya e é um dos vetores da febre amarela. A doença pode causar agravos neurológicos, como encefalite, paralisias e a síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que provoca fraqueza muscular e paralisia progressiva. Já os casos de zika foram menos numerosos, cerca de seis mil, concentrados principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A zika é especialmente preocupante para as grávidas, que podem transmitir o vírus para o feto, com risco de desenvolvimento de anomalias congênitas, principalmente a microcefalia.