Marcello Medeiros
Com autorização do secretário municipal de Segurança Pública, Marco Antonio Da Luz, a reportagem do Diário teve acesso ao Depósito Público Municipal nesta quinta-feira (04). O espaço gerenciado pela pasta, através da Guarda Civil Municipal, está lotado de motos e carros em situação irregular apreendidos em operações das forças de segurança ou recolhidos de vias públicas nos últimos meses. No total, são 448 motocicletas e 289 automóveis, veículos que em breve poderão ser leiloados caso seus proprietários não realizem a regularização necessária. Apuramos que está em fase final a organização de um leilão para esvaziar o espaço público. Também confirmamos que boa parte desses bens esquecidos ou abandonados pelos seus donos no depósito na localidade de Três Córregos já pode ser vendida pelo governo municipal.
Entre a véspera de Natal e o primeiro dia do ano, Guarda Civil Municipal, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal realizaram diversas ações para retirar de circulação motos utilizada de maneira irregular ou mesmo criminosamente, como foi flagrado em suposto evento batizado de “rolezinho”, que infernizou e colocou em risco pessoas em diversos municípios brasileiros. Em Teresópolis não foi diferente. No dia 24 de dezembro alguns bandos utilizando motos sem placa e outros itens obrigatórios foram vistos praticando racha e empinando em vias públicas, mas felizmente boa parte deles teve que voltar para casa a pé graças à intervenção das forças de segurança. Nesse período, foram apreendidas 103 motocicletas. Dessas, aproximadamente 40 foram regularizadas nos últimos dias, sendo, nesse caso, a grande maioria alheia à baderna realizada por motoqueiros na véspera de Natal.
Como regularizar
De acordo com a Guarda Civil Municipal, para retirar do depósito um veículo apreendido é preciso regularizar toda a documentação – IPVA, multas e taxas de apreensão, além de serem reinstalados itens obrigatórios que tenham sido removidos ou substituídos por irregulares, como escapamentos que produzem som acima dos decibéis permitidos. Se a placa estiver apagada, quebrada ou não existir, é necessário pagar um DUDA ao Detran.RJ para solicitar uma nova e instalar no pátio da GCM. Toda a “recuperação” das motos deve ser feita pelo proprietário. Aliás, só consegue fazer a retirada o titular do documento do veículo ou pessoa com procuração para tal ação. O prazo para que o bem possa ser encaminhado a leilão é de 60 dias.
A fiscalização
Lançada no mês de dezembro para intensificar a fiscalização de infrações e garantir um trânsito mais seguro para condutores e pedestres, a Operação Verão seguirá durante todo o mês de janeiro. Serão conferidos o limite de velocidade nas vias urbanas e rurais, o respeito aos sinais de trânsito, a documentação de motoristas e de veículos, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro. Irregularidades como veículos com cano de descarga aberto, falta de placas, avanços de sinal e bandalhas no trânsito, como retorno em local não permitido e circulação em faixas de pedestres ou calçadas, podem ser denunciadas pelo número 153, da Guarda Civil Municipal. A ligação é gratuita e a pessoa não precisa se identificar.
Delegado de olho nos “rolezinhos”
De acordo com o Delegado Marcio Dubugras, titular da 110ª DP, o chamado “rolezinho” não representa apenas desrespeito às normas de trânsito: configurada a reunião com tal intenção, o que se confirma facilmente através dos telefones celulares recolhidos com os autuados, por exemplo, eles podem ser autuados por formação de quadrilha. “Esses motoqueiros que ficam se juntando para fazer manobras, empinar moto, correr, praticar rachas em via pública, no nosso entender, configurando que se juntam para esse tipo de atividade, podem entrar na formação de quadrilha. Quando há intenção de se juntar para cometer delitos, é formação quadrilha, todos podem ser presos e sem direito a fiança, com as motos apreendidas e colocadas em leilão”, explica Dubugras.
O Delegado atenta ainda para a mudança recente na Lei que deixa ainda mais rigorosa a sanção para quem retira a motocicleta da placa ou modifica de alguma maneira o sinal identificador do veículo. “Foi muito benéfica essa mudança no Código Penal, está sem placa, com a placa adulterada, mexeu na numeração, raspou ou qualquer coisa do tipo, pode ser preso e pegar até seis anos de cadeia”, enfatiza.
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