Wanderley Peres
Na última quarta-feira, 11, o chefe de governo da Prefeitura, Vinícius Oberg, recebeu a direção do SEPE-Teresópolis para ouvir sobre o calendário de pagamentos do 13º e 14º, e dos vencimentos de dezembro, além de questões relacionadas ao GGE e o concurso de 1987, que o atual governo insiste em não reconhecer.
De pronto, o secretário disse que que o 14º salário será pago, na ordem de 1%, e que não tem como apresentar uma data de pagamento do 13º salário ou do pagamento do mês de dezembro porque o dinheiro da água teria escorrido, garantindo, apenas, o pagamento da educação, que será feito com recursos do Fundeb.
Confiante que haveria dinheiro no caixa, afinal em dezembro ocorreria o pagamento da segunda parcela da venda da água, no valor de R$ 122 milhões, o secretário jogou um balde de água fria no sindicato ao confessar que o dinheiro acabou, porque quase todo ele arrestado das contas da prefeitura para o pagamento dos precatórios, e que nem seria tanto dinheiro assim porque, do valor acordado na licitação, afinal Vinícius já havia recebido R$ 30 milhões de adiantamento, e dado um perdão da dívida em R$ 20 milhões, todos sabiam. O que ninguém sabia é que os 72 milhões da água também evaporou, e que do total teria só R$ 15 milhões a serem recebidos, e mesmo assim a empresa estaria fazendo exigências ao governo para cumprir o acordo.
Sobre os problemas do GGE, Vinícius ficou de solicitar uma atualização das informações à Administração e à Procuradoria. E, no que se refere ao concurso de 1987, o secretário disse que o governo aguarda resposta de consulta feita ao TCE-RJ, sendo observado que os profissionais de educação não podem ser penalizados por supostos erros de gestões passadas, solicitando que fossem informados os casos concretos em questionamento para fazerem uma melhor análise da situação.
“A direção do SEPE seguirá cobrando o governo, que deve garantir que toda prioridade financeira e orçamentária sejam os salários dos servidores, para que o fim de ano dos profissionais de educação, ativos e aposentados, seja digno e sem incertezas”, concluiu a direção do Sepe.
SINDPMT SEM PRESTÍGIO
Em entrevista a O DIÁRIO, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis, Alexandre Pimentel, reclamou que o governo sequer atende mais o SindPMT, num sinal de desrespeito aos servidores públicos, de todas as carreiras.
“O servidor está muito preocupado, e com razão. Nós não temos nenhuma informação da prefeitura. O SindPMT solicitou ao prefeito, assim como com o secretário Oberg, uma reunião para que pudéssemos obter a resposta que o servidor espera, mas não temos o devido retorno. Isso mostra como as coisas estão funcionando hoje no nosso município. O sindicato que representa a categoria atualmente é o SindPMT, mas o prefeito não nos atende por birra, enquanto atende o SEPE, que só leva notícias para alguns servidores. Nós, enquanto presidente do sindicato, junto com a diretoria, buscamos levar informações para todos os servidores. Porém, se o prefeito não quer atender o sindicato e não quer dialogar com a gente, não há problema. Até porque este prefeito está de saída, e precisaremos dialogar com o novo prefeito, com quem vamos sentar para discutir as questões. Nosso objetivo agora é resolver as questões através do diálogo, trazendo as demandas dos servidores, que não são poucas”, disse Alexandre.
“Hoje, podemos dizer ao servidor que o sindicato está muito preocupado com o que está acontecendo, pelas notícias que têm sido divulgadas nos jornais. O prefeito tem até o dia 20 de dezembro para pagar o 13º salário, até porque, se ele não cumprir esse prazo, poderá sofrer multa por servidor. Então, acredito, e espero, que ele pagará até o dia 20 de dezembro. Estamos aguardando até o dia 20 para tomar as medidas cabíveis caso o prazo não seja cumprido”.
Outra questão que preocupa o SindPMT, o Plano de Saúde do servidor, Alexandre disse que o sindicato já foi feito levantamento dentro do SindPMT, com uma avaliação feita pela prefeitura, de cerca de seis milhões e meio de reais. “Conseguimos reduzir esse valor para três milhões, considerando o quadro de servidores ativos. Isso já foi encaminhado ao Judiciário e já teve decisão. O prefeito tem um prazo para responder, sendo que o prazo da prefeitura é dobrado, então quem vai responder será o Leonardo Vasconcellos, no seu governo, que será o responsável por essa resposta. O juiz já determinou uma multa por não cumprimento da decisão judicial, que pode variar de 500 mil a 700 mil reais por dia. Estamos constantemente lutando por isso, buscando sempre o bem coletivo, e também deixando claro que estamos tentando lutar pelos aposentados, que dedicaram 35 anos de suas vidas à prefeitura e hoje estão dependendo do SUS. Estamos tentando fazer uma parceria com essa empresa e com a prefeitura para garantir esse benefício do plano de saúde para os aposentados”, concluiu Alexandre Vieira.
