Marcello Medeiros
Nesta segunda-feira (09), a secretaria estadual de Saúde informou que recebeu a confirmação de dois casos de sarampo no estado do Rio de Janeiro. As amostras foram analisadas pela Fiocruz, laboratório de referência do Ministério da Saúde. Desde a primeira suspeita da circulação de sarampo, a saúde e a Secretária Municipal de Saúde do Rio de Janeiro têm trabalhado em parceria. “No dia 3 de julho, a Secretaria Municipal de Saúde realizou ação de vacinação de bloqueio no campus da Faculdade de Direito da UFRJ, onde estudam as pacientes que tiveram os casos confirmados e em parceria com a secretaria estadual tomou uma série de medidas de prevenção e análise dos casos”, informou a secretaria estadual de Saúde.
A proteção contra o sarampo faz parte das vacinas Tríplice Viral e Tetra Viral, disponíveis conforme calendário de vacinação do Ministério da Saúde para crianças entre 12 e 15 meses. A cobertura vacinal contra a doença para crianças de 1 ano no estado é de 95% . Devem ser vacinadas as crianças de até um ano e adultos de até 49 anos que não tenham sido imunizados. Aqueles que tomaram as duas doses da vacina não precisam tomar nova dose.
Questionada sobre a situação no município, a Secretaria Municipal de Saúde informou apenas, através de nota enviada ao jornal O DIÁRIO por e-mail, que “será realizada uma ação de vacinação dentro das escolas do município” e que “O secretário de saúde Mauro Botner ressaltou que a cidade possui vacinas para atender a população que ainda não recebeu as doses necessárias contra o sarampo”.
Mais sobre a doença
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. Complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano. A doença é de distribuição universal e apresenta variação sazonal. Nos climas temperados, observa-se o aumento da incidência no período compreendido entre o final do inverno e o início da primavera. Nos climas tropicais, caso do Brasil, a transmissão parece aumentar depois da estação chuvosa. O comportamento endêmico do sarampo varia de um local para outro e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população, além da circulação do vírus na área.
Os sintomas do sarampo incluem febre alta acima de 38,5°C; erupções na pele; tosse; coriza; conjuntivite; e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal, conhecidas como sinais de Koplik e que antecedem de um a dois dias antes do aparecimento da erupção cutânea. O diagnóstico laboratorial é realizado mediante detecção de anticorpos IgM no sangue na fase aguda da doença, desde os primeiros dias até quatro semanas após o aparecimento da erupção cutânea.
A transmissão ocorre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, a elevada contagiosidade da doença. A transmissão acontece de quatro a seis dias antes e até quatro dias após o aparecimento do exantema. O período de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início da erupção cutânea. O sarampo afeta igualmente ambos os sexos. A incidência, a evolução clínica e a letalidade são influenciadas pelas condições socioeconômicas, nutricionais, imunitárias e àquelas que favorecem a aglomeração em lugares públicos e em pequenas residências.
Prevenção – A vacinação contra o sarampo é a única maneira de prevenir a doença. O esquema vacinal vigente é de uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e a segunda dose da vacina tetra viral aos 15 meses. Pessoas com suspeita de sarampo, gestantes, crianças com menos de 6 meses e imunocomprometidos não devem receber a dose. A gestante deve esperar para ser vacinada após o parto. Caso esteja planejando engravidar, a mulher deve se proteger contra a doença. Um exame de sangue pode dizer se ela já está imune ao sarampo. Se não estiver, ela deve ser vacinada antes da gestação e aguardar pelo menos quatro semanas para engravidar.
Tratamento
Não existe tratamento específico para o sarampo. É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, para reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. O tratamento profilático com antibiótico é contraindicado. Para os casos sem complicação, a orientação é manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a hipertermia. Muitas crianças precisam de quatro a oito semanas para recuperar o estado nutricional que apresentavam antes da doença. Complicações como diarreia, pneumonia e otite média devem ser tratadas de acordo com normas e procedimentos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.