Cerca de trezentas pessoas assinaram o livro de visitas à Casa da Memória Arthur Dalmasso neste feriadão. Aberto todos os dias, de domingo a domingo, das 10h às 17h, o espaço criado para a preservação da história municipal e o atendimento a pesquisadores mantém exposição permanente contando a história do município e no mês de maio abre novas exposições, dando vida a duas salas do primeiro piso recentemente reformadas.
Data em que o mundo comemora os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, em 8 de maio, uma quinta-feira, será apresentada ao público a exposição “Pracinhas de Teresópolis”. Pesquisa ampliada de exposição similar ocorrida quinze anos atrás, a mostra traz imagens dos combatentes teresopolitanos no front, notícias de jornais sobre a partida e a comoção da chegada dos soldados, além de itens, documentos e objetos coletados nos campos de guerra. Entre os fatos inéditos da guerra, a exposição traz ainda relatos da participação do grupo de aviação Senta a Pua, com a revelação de acervo inédito recentemente coletado pela Casa da Memória Arthur Dalmasso, mostrando diários, cartas, documentos e objetos do aviador José Carlos Miranda, último piloto que participou da guerra a morrer, e que morava em Teresópolis.
Em outra sala da Casa da Memória será contada a história da Carta Econômica de Teresópolis, encontro das associações comerciais de todo o país, ocorrida em nossa na primeira semana de maio de 1945, quando foi decidida a criação do Sistema S.
“São duas histórias muito interessantes, contadas em painéis ilustrados e de fácil entendimento. Um trabalho mostra como foi a participação de Teresópolis na Segunda Guerra e o outro revela as discussões ocorridas em Teresópolis na última semana da guerra na Europa, quando o país voltou os olhos para as necessidades da classe trabalhadora a partir do fim do conflito, surgindo a Carta Econômica de Teresópolis, base da “Carta da Paz Social”, que criou o Sistema S.
Acervo inédito do Senta a Pua
Enquanto levantava a história dos vinte e dois teresopolitanos que participaram da incursão à Europa oitenta anos atrás, revendo acervo próprio que a Casa formou em 2010, quando foi apresentada exposição semelhante, servidores da Cultura estudam, também, dois acervos adquiridos recentemente, presentes da filha de um pracinha e de um comerciante de objetos antigos. Solange Lima presenteou à municipalidade o acervo do pai, Ary Pereira Lima, que a mãe deixou sob a sua guarda, e o empresário Edson Benevides doou o rico tesouro que encontrou em meio ao mobiliário adquirido do apartamento que pertenceu a um piloto do Senta a Pua para revenda em sua loja. A papelada que iria para o lixo continha toda a história do aviador José Carlos de Miranda, último piloto do 1º Grupo de Aviação de Caça na Segunda Guerra Mundial, que teve entre os seus feitos diversos abates, inclusive de um submarino alemão.
A participação da FEB na Segunda Guerra Mundial marcou a história do Brasil e reforçou a capacidade das tropas brasileiras em operações militares de grande escala. Com mais de 25 mil soldados enviados ao front, a FEB enfrentou desafios imensos, desde a adaptação ao rigoroso inverno europeu até os intensos combates contra as forças nazifascistas. Os pracinhas, como ficaram conhecidos os soldados da FEB, conquistaram respeito internacional por sua bravura e estratégia. Suas ações contribuíram para a expulsão das tropas alemãs do norte da Itália e ajudaram a acelerar o colapso das forças do Eixo na Europa.
A Casa da Memória abre das 10h às 17h, inclusive domingos e feriados.
