Lara Benevenuti *
Em uma noite que ficará para sempre na memória de seus torcedores, o Botafogo consagrou-se campeão da Copa Libertadores da América pela primeira vez. A vitória, em um estádio lotado fora do país e tomado pelo preto e branco da torcida alvinegra, não foi apenas um marco para o clube, mas também para o futebol brasileiro. A final, disputada contra o Atlético-MG no último sábado (30), foi repleta de emoção e teve todos os elementos de um verdadeiro épico: expulsão nos 40 segundos do primeiro tempo, jogadas brilhantes, defesa heroica e um gol que serviu para definir o jogo de vez nos minutos finais, que explodiu o Brasil e Buenos Aires em celebração. E muitos teresopolitanos encararam a longa viagem até a Argentina para vivenciar essa experiência. Nesta segunda-feira, fomos à rua para conversar com alguns dos vitoriosos torcedores.
Um título histórico
O Botafogo, que já havia mostrado força ao liderar o Campeonato Brasileiro em 2024 e encantar com um estilo de jogo consistente, provou que ser capaz de brilhar também no cenário internacional. Sob o comando do técnico Arthur Jorge, o time manteve uma campanha sólida na Libertadores, eliminando grandes favoritos e conquistando a taça com muita categoria. O título inédito traz para os torcedores, que ainda estão em estado de êxtase, a sensação de parecer irreal essa grande conquista. “Para ser bem sincero, eu acho que a ficha ainda nem caiu. Eu fico vendo vídeo, foto e começo a me emocionar sozinho…”, afirma João Pedro, torcedor. Ele acrescenta que o Fogão significa tudo pra ele, “A vida me fez Botafogo e eu fiz do Botafogo a minha vida”.
Jornada até o título
A campanha na Libertadores foi marcada por momentos inesquecíveis. Desde a vitória convincente na fase de grupos até o confronto dramático nas semifinais, o Botafogo mostrou resiliência e união. O elenco, liderado por craques como Luiz Henrique, Jefferson Savarino e Almada, se tornou sinônimo de garra e superação. O time representa muito mais do que futebol. Para muitos torcedores, ele veio como uma tradição de família dando muito mais ênfase em sua importância. “O Botafogo manda na minha vida” é assim para Babi desde que ela tinha três anos de idade. Babi se lembra como se fosse ontem do dia que ganhou a primeira camisa do time de coração e que aprendeu a ser botafoguense com o seu avô. Para ela, o Fogão é muito mais do que um clube de futebol, é pisando no campo que o Botafogo ensina sobre resiliência, superação e fé. “Sabe as pessoas que choram com filme? Eu choro com o Botafogo”, afirma ela.
Comemoração além das fronteiras
Logo após o apito final, as ruas do Rio de Janeiro e de várias cidades do Brasil foram tomadas por torcedores que celebraram com bandeiras, fogos de artifício e cantos que ecoaram pela madrugada. A sede do clube tornou-se o ponto de encontro para milhares de alvinegros que queriam festejar juntos esse momento histórico. O estádio do Botafogo, o Nilton Santos, recebeu cerca de 50 mil torcedores para assistir a transmissão do jogo. Mas os botafoguenses de coração foram além de qualquer distância se deslocando em peso para Buenos Aires de avião, de ônibus e até mesmo de moto para acompanhar o jogo que teve muita surpresa tensão do começo ao fim, testando o coração de cada torcedor a cada segundo de bola em campo, e no momento final a emoção tomou conta de todos os botafoguenses dentro e fora do Brasil.
Além da mistura de sentimentos no coração por conta do jogo, o teresopolitano Leandro ainda levou consigo para Buenos Aires o pai já falecido que deixou como herança o amor pelo Fogão. Após o apito final, Leandro não pode deixar de conter as lágrimas de felicidade pelo título por ele e pelo pai. “Muito choro, muita emoção. Pra mim foi muito emocionante, eu não parava de lembrar do meu pai… ele foi a pessoa que me ensinou a ser Botafoguense… só de lembrar é muita emoção”, fala ele com comoção. “Depois de Deus e da minha família, o Botafogo representa tudo”, afirma ele.
Outro que também encarou horas de viagem para assistir a conquista do título foi Michel Maciel, morador do Espanhol. “A gente levou mais de 5o horas para chegar em Buenos Aires, mas valeu todo o esforço ”, conta ele, um dos integrantes da torcida “TerêFogo” que esteve no estádio do River Plate no último sábado.
Futuro e preto e branco
Com a Libertadores no currículo, o Botafogo agora volta suas atenções para os próximos títulos que podem chegar em breve. O Botafogo está brigando pelo primeiro lugar no Campeonato Brasileiro e pelo Mundial. A torcida, embalada por essa conquista inédita, já sonha com o título nacional e também internacional e espera que o time mantenha o espírito vencedor. A conquista da Libertadores é mais do que um troféu; é a coroação de um trabalho que uniu torcida, diretoria e jogadores em um objetivo comum: levar o Botafogo ao topo. E, para os apaixonados pelo clube, a certeza é uma só: esse é só o começo de uma nova era gloriosa. 2024 é tempo de Botafogo!