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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Economista alerta antecipações oferecidas pelos bancos

Este será sem dúvidas um fim de ano com ares de muitas dificuldades no cenário de consumo de Teresópolis. Atrasos nos pagamentos dos servidores públicos, tanto estaduais, quanto municipais e um ano de muita recessão no comércio local, são fatores que devem fazer deste, um dos mais modestos natais em termos de crescimento das vendas de todos os tempos no município.

Anderson Duarte

Este será sem dúvidas um fim de ano com ares de muitas dificuldades no cenário de consumo de Teresópolis. Atrasos nos pagamentos dos servidores públicos, tanto estaduais, quanto municipais e um ano de muita recessão no comércio local, são fatores que devem fazer deste, um dos mais modestos natais em termos de crescimento das vendas de todos os tempos no município. E não bastasse toda essa dificuldade, que só vê no crescimento do setor turístico da região uma luz ao fim do túnel, surgem as tradicionais armadilhas preparadas pelas instituições financeiras que concentram o foco voraz da lucratividade exacerbada nos suados benefícios típicos de fim de ano. Antecipações de décimo terceiro salários e empréstimos feitos por aplicativos ou direto no caixa eletrônico, são verdadeiras ciladas para os mais desatentos. A facilidade e a comodidade podem sair muito caro no final da história e o que era para ser um alívio pode representar a entrada no terrível mundo do superendividamento.
Os alertas foram feitos pelo economista Newton Golek, que em sua participação semanal no programa Jornal Diário na TV desta segunda-feira, 06, falou sobre duas modalidades muito utilizadas pelas instituições financeiras, mas pouco esclarecidas quanto a taxas, juros e encargos cobrados no momento da contratação do crédito. “O assédio dos bancos para com os seus correntistas já começou há algum tempo e muitos estão cogitando essa antecipação com medo de não receberem o beneficio lá na frente. Isso é um erro tremendo, se não for muito bem pensada, essa antecipação mediante pagamento de juros pode representar a entrada desse consumidor no mundo das dívidas impagáveis que vemos tão rotineiramente em nossos dias”, alerta Newton.
Depois do Imposto de Renda, agora chegou a vez do décimo terceiro salário, e a linha de crédito que antecipa o benefício aos clientes, mediante a cobrança de juros, já está disponível nas instituições financeiras de todo o país. Segundo Golek, essas taxas variam, conforme o banco, a partir de 1,99% ao mês, mas em quase todos os casos não compensa pagar juros para ter acesso a esse dinheiro antes do tempo. Segundo o economista, o motivo da antecipação precisa ser muito sério, afinal, o que justificaria pagar juros até o pagamento do beneficio? “Tudo é uma questão do custo benefício, ou seja, caso o dinheiro for aplicado na aquisição de um bem, com descontos melhores nesse momento, e se compensar o valor a ser pago de juros, então pode valer a pena. Se estou endividado no cheque especial ou pagando a parcela mínima no cartão de crédito, também pode ser compensador. Mas, normalmente, quando avaliamos tecnicamente, analisando as taxas, nunca é aconselhável”, acrescenta Newton.
Para utilizar a linha que adianta o décimo terceiro salário, há algumas exigências. No Banco do Brasil, na Caixa, no Santander e no Bradesco, é necessário que o correntista receba o salário pelo banco. No Banco do Brasil o empregador deve ainda ser conveniado à instituição financeira. Na Caixa, também é necessário estar empregado por, no mínimo, 12 meses para ter acesso à linha de crédito, ou ser aposentado ou pensionista do INSS e receber o benefício pela Caixa. “Se a pessoa costuma gastar mais do que ganha, não adianta tomar empréstimo para tentar solucionar temporariamente a dívida, pois, provavelmente, em menos de dois meses estará novamente endividado. A solução é retomar o equilíbrio das finanças, controlar o que entra e o que sai”, aconselha.
E pagar as dívidas tem sido mesmo um dos maiores desafios na vida dos brasileiros nos últimos anos. Com isso, muitos se sujeitam a outro grande problema desta época segundo Newton, que são os empréstimos pessoais online. Eles costumam ser mais vantajosos que outros produtos financeiros pela rapidez na resposta e por não ter burocracia no processo. Segundo um levantamento do Serasa Experian, 27% dos brasileiros que recebem até R$ 2 mil estão com mais da metade do orçamento comprometido com financiamentos, cheque especial, cartão de crédito, empréstimos, etc. Enquanto o mesmo ocorre com 13% da população que ganha mais de R$ 10 mil por mês. Segundo as instituições, pedir um empréstimo pessoal online é simples e segue cerca de cinco passos em média. A pessoa entra no site da empresa desejada, solicita o empréstimo pessoal, a análise é feita na hora, a resposta da sua solicitação é informada em poucos minutos e a instituição financeira deposita, em algumas horas, o valor solicitado em sua conta bancária caso você seja aprovado. Parece simples, mas segundo Newton, toda essa simplicidade tem um preço alto, sobretudo por não ter nenhuma possibilidade de análise contratual prévia por parte do consumidor. 
“Essa é outra modalidade preocupante, sempre digo aqui no programa, antes de pedir empréstimo pessoal, tenha certeza que é a melhor solução no seu caso, e quando o assunto é empréstimo online, essa certeza tem que ser ainda maior. Existem hoje diferentes tipos de empréstimos online, mas quase todas as modalidades não são adequadas por não respeitarem a um princípio claro: o contrato. É muito comum as pessoas pegarem empréstimo para quitar dívidas. Mas, antes de recorrer a esse tipo de produto financeiro, o ideal é fazer as contas levando em consideração prazos e valores em caso de atrasos. E outra dica valiosa se optar mesmo por essa modalidade é a de evitar pedir empréstimo pessoal online em computadores de terceiros, isso pode agravar ainda mais a situação já delicada do cliente”, explica Newton.

 

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Edição 22/11/2024
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