Wanderley Peres
Futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luís Roberto Barroso, que substitui Rosa Weber na presidência do TSE a partir do final deste mês, disse em palestra virtual promovida pela Associação dos Magistrados do Brasil, nesta sexta-feira, 1, que existe um “risco real” de adiamento das eleições municipais deste ano, em razão da pandemia da Covid-19. “Por minha vontade, nada seria modificado, porque as eleições são um rito vital para a democracia. Portanto, o ideal seria nós podermos realizar as eleições. Porém, há um risco real, e, a esta altura, indisfarçável, de que se possa vir a ter que adiá-las”, previu.
Para o ministro, se o pleito não puder ser realizado em outubro, ele deve ocorrer “em poucas semanas, ou no máximo em dezembro, para não haver risco de prorrogação dos mandatos”. O primeiro turno das eleições municipais está marcado para 4 de outubro, com o segundo turno programado para vinte dias depois nas cidades com mais de 200 mil eleitores.
O futuro presidente do TSE se mostrou ainda contrário à hipótese de se fazer a eleição municipal junto com a eleição nacional, em 2022, como já defendem alguns, porque exigiria a prorrogação por dois anos dos mandatos dos atuais prefeitos e vereadores, condição que só ocorreria com aprovação do Congresso Nacional. “Sou totalmente contra essa possibilidade. A democracia é feita de eleições periódicas e alternância no poder”, disse. “Os prefeitos e vereadores que estão em exercício neste momento foram eleitos para quatro anos”, concluiu, criticando o excesso de nomes para votação, o que "compromete a qualidade do voto, para se fazer uma escolha consciente".