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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Empresa combatida antes da eleição continua forte no governo Claussen

Só este ano mais de R$ 820 mil foram empenhados com o aluguel de impressoras para a máquina administrativa

Um dos materiais de campanha do político Vinícius Claussen de maior contundência e crítica contra a “velha política” trazia um comparativo que chamava a atenção para uma disparidade preocupante. De um lado, os gastos com o aluguel de impressoras e do outro, aquilo que se empenhava com o saneamento básico, números realmente assustadores, cerca de quatrocentos mil reais para os alugueis contra pouco mais de duzentos mil para o meio ambiente. O que não se esperava era que hoje, depois de mais de nove meses de governo, quase nada tenha mudado com a prática, na verdade o que mudou surpreende, somente em 2019, a mesma empresa que prestava serviços para gestões anteriores recebeu empenhos de cerca de R$ 820 mil.
Como mostramos recentemente, o balanço parcial da gestão Claussen mostra um governo focado em determinadas práticas administrativas, entretanto que deixou de lado áreas como a de serviços públicos, sem falar das promessas de campanha, que das poucas foram colocadas em prática, ou iniciadas, quase nenhuma merece destaque se comparadas às muitas que foram absolutamente esquecidas, como a das contratações outrora combatidas. A famosa prática que não condiz com o discurso. Ainda de acordo com o material de campanha do então candidato a prefeito, se davam como prioridades da gestão: cortar cargos comissionados, buscar o fim dos privilégios e respeitar o dinheiro público e modernizar a gestão da Prefeitura.
E por falar em cortes na máquina, outro ponto muito discutido pela opinião pública foram as nomeações de parentes do prefeito, de secretários e cabos eleitorais premiados com nomeações após a eleição. Seguindo o modelo da “Velha Política”, a gestão Claussen também fez uso deste tipo de contratação, mesmo com o discurso das indicações técnicas e competentes para as pastas e funções. Na prática não foi isso o que aconteceu sendo seu secretariado composto pela imensa maioria de ex-secretários de outros prefeitos, chamados pelo próprio Vinícius de “nocivos” para a cidade. A grande renovação da máquina, sem parentes e cabos eleitorais ainda é aguardada, assim como a revisão dos contratos. O belíssimo material de campanha do candidato Claussen trazia a previsão de uma auditoria em todas as despesas e receitas, além da revisão de todos os contratos.
Segundo dados do Portal da Transparência, apenas em 2019, foram cerca de R$ 820 mil empenhados para a Ziuleo Copy Comercio e Serviços Ltda., responsável por este serviço na máquina administrativa. Outro ponto que merece destaque no confuso sistema de consultas públicas da prefeitura é a diferença de dados relacionados aos valores já pagos, em algumas tabelas ilustra-se apenas pouco mais R$ 40 mil em pagamentos já realizados, enquanto em outros documentos mais de R$ 240 mil, ou seja, trabalhamos com a previsão de empenhos, que não apresentaram redução em relação aos governos da “velha forma de fazer política”. Não só foram mantidos muitos fornecedores que ao longo da campanha eram acusados de serem escusos e prejudiciais ao erário, como alguns destes contratos foram ampliados ao longo dos últimos meses mostrando que se houve de fato, a tal auditoria, ela foi favorável para os que antes eram “amigos do prefeito”. O que denota outro grave problema da gestão Claussen, a obscuridade das ações, algo contraditório para um governo que pregava transparência.
A mesma empresa que foi questionada ao longo da campanha eleitoral como sendo parte de um provável esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em diversas publicações pelas redes sociais, hoje, com a caneta que autoriza os pagamentos em punho, já não é assim tão suspeita. No ano passado, o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, acatou um pedido de medida cautelar determinando a suspensão de qualquer pagamento remanescente a um contrato firmado entre o Detran daquele estado e a empresa Ziuleo Copy Comercio e Serviços Ltda., alusivo a aluguel de impressoras, mesmo objeto e empresa que permanecem por aqui há tempos e em seguidas administrações. De acordo com a imprensa local da capital Natal foram detectadas irregularidades no processo de contratação, o que culminou nesta medida. De acordo com o órgão foi verificado um sobrepreço de 350% nos custos em comparação a contratação análoga. “O possível sobrepreço foi identificado pela análise comparativa dos valores contratados pelo DETRAN em concatenação com os valores praticados em outros quatro contratos administrativos da mesma espécie”, destacou o corpo técnico. Para essa comparação foram usados os contratos com o Ministério da Saúde e com o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro, também com a Ziuleo.

Segundo dados do Portal da Transparência, apenas em 2019, foram cerca de R$ 820 mil empenhados para a Ziuleo Copy Comercio e Serviços Ltda., responsável por este serviço na máquina administrativa

 

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Edição 29/11/2024
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