Desde o retorno da educação municipal para a modalidade semipresencial em agosto, cada unidade escolar da rede administrada pela Prefeitura passou a ter gestão sobre a preparação dos alimentos em sua própria cozinha, que antes era gerenciada por empresa contratada, através de licitação. São cerca de 400 cozinheiras, moradoras do mesmo bairro da escola, contratadas e capacitadas via POT (Programa Operação Trabalho) para preparar a merenda. Para a secretária de Educação, Satiele Santos, essa foi uma decisão acertada. "A gente costuma dizer que cozinhar é uma ato de amor e hoje podemos contar com essa prática dentro das escolas. A maioria dessas mulheres já conhece os alunos do próprio bairro, outras têm filhos na escola onde agora cozinham, então, trazer essas mulheres das comunidades para dentro das unidades escolares foi uma atitude acertada. Hoje temos uma comida feita com mais carinho e qualidade", pontuou Satiele.
Segundo Luciene Quintão, diretora da Escola Municipal Sakurá, as instituições educacionais são espaços privilegiados para uma alimentação balanceada e saudável, uma vez que acompanham as diversas fases do desenvolvimento dos alunos. "Uma das vantagens na autonomia de gerir a cozinha é que através da economia que a Secretaria de Educação fez, conseguimos reformar o espaço, trazendo ainda mais qualidade ao preparo dos alimentos. Outra vantagem é, sem duvida, o vinculo que essas mulheres têm com os alunos por serem da própria localidade".
Desempregada há dois anos, Andriele Monteiro conseguiu uma vaga de merendeira na Escola Sakurá. "Tenho três filhos nessa escola, conheço grande parte dos alunos que moram no Parque Ermitage e por isso, pra mim é um privilégio cozinhar para todos eles e estar de volta ao mercado de trabalho. Só agradeço", disse a auxiliar de merenda. Há quatro anos no Sakurá, a estudante do 9º ano, Maria Gabriela, diz que a comida está muito boa. "Se a merenda tá gostosa, a gente come mais e isso faz a gente estudar melhor. Conheço a maioria das tias da cozinha e elas também conhecem a gente não só da escola, mas do bairro também. Eu acho que através do afeto se cozinha melhor", disse a menina.