Abril é o mês da conscientização sobre saúde e segurança no ambiente de trabalho. Com o símbolo da cor verde e ações espalhadas por todo o país, o movimento “Abril Verde” busca alertar empresas e profissionais sobre a importância de tornar os espaços laborais mais seguros, humanos e preventivos. Além dos equipamentos de proteção, treinamentos e normas regulamentadoras, um fator fundamental muitas vezes passa despercebido: a cultura organizacional.
De acordo com especialistas, a segurança no trabalho não se resume à disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ou à fixação de cartazes com orientações. “Se a liderança não dá o exemplo, se o trabalhador sente medo de relatar falhas ou se metas excessivas colocam a produtividade acima da saúde, o risco de acidentes e doenças ocupacionais aumenta consideravelmente”, alerta o administrador, contador e docente da Estácio, Rodrigo Winter Afonso. Para ele, empresas que realmente priorizam a segurança constroem um ambiente no qual o cuidado é uma responsabilidade coletiva e constante. “É essencial que a cultura organizacional valorize a vida, incentive a prevenção e promova um ambiente de escuta ativa, no qual os funcionários sintam-se confortáveis para reportar problemas sem medo de punições”.
A gestão moderna compreende saúde e segurança como temas estratégicos. “Um ambiente saudável reduz afastamentos, melhora a produtividade, fortalece o engajamento e evita prejuízos trabalhistas”, explica Rodrigo. Investir em ergonomia, rotinas seguras e bem-estar mental não deve ser encarado como um custo, mas sim como uma estratégia inteligente de gestão. Além disso, adotar uma abordagem na qual erros são tratados como oportunidades de aprendizado, e não como motivos para punições, é essencial para evitar acidentes. “A cultura organizacional precisa incentivar a transparência e a comunicação aberta para que problemas sejam identificados antes que se tornem graves”, reforça.
O movimento “Abril Verde” serve como um convite para líderes empresariais refletirem sobre a segurança dentro de suas organizações. “Meus colaboradores se sentem seguros? Eles têm voz? A cultura que promovemos valoriza a vida acima das metas e prazos? Essas são questões fundamentais para gestores que realmente querem fazer a diferença”, destaca o especialista. Pequenas atitudes podem gerar grandes mudanças. Desde conversas abertas com a equipe até a revisão de processos e a valorização do papel da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), cada ação contribui para a construção de um ambiente de trabalho mais seguro e humano.

Mentalidade da empresa
“Mais do que capacetes e placas de alerta, é a cultura organizacional que determina o compromisso real de uma empresa com a vida de seus colaboradores”, conclui Rodrigo Winter Afonso. Uma cultura que coloca a vida em primeiro lugar não apenas previne acidentes, mas também fortalece a sustentabilidade e o sucesso do negócio.