O Instituto de Segurança Pública (ISP), em parceria com a Coordenadoria de Estatística e Acidentologia do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran.RJ), divulgou nesta quarta-feira (18), a terceira edição do Dossiê Trânsito. O trabalho apresenta informações sobre acidentes fatais e não fatais, infrações no trânsito, perfil dos condutores e infratores, além das alterações na legislação que visaram à redução de acidentes e à preservação da vida. Em 2018, 1.957 pessoas morreram e 27.520 se lesionaram em acidentes de trânsito no estado, ou seja, em média, 81 pessoas se envolveram em acidentes de trânsito por dia. O ano de 2018 registrou cerca de 11 vítimas fatais para cada 100 mil habitantes, mantendo-se estável nos últimos três anos. Quando observamos os dados de vítimas fatais por região do estado, o Interior apresentou a maior taxa por 100 mil habitantes: foram 14,1 mortes por 100 mil habitantes. Ao analisar as causas das mortes no trânsito, o Dossiê mostra que mais de um terço das mortes no trânsito (35,2%) foram provocadas por atropelamento e 24,7% por colisão de veículos. Quanto ao perfil, 44,7% das vítimas fatais de atropelamento tinham mais de 60 anos e 37,3% das vítimas fatais por colisão de veículos tinham entre 18 e 29 anos.
Em relação às vítimas não fatais, o ano de 2018 apresentou a segunda menor taxa de toda a série histórica: 161,6 vítimas lesionadas por 100 mil habitantes. Entre as regiões do estado, a Grande Niterói (Niterói, Maricá e São Gonçalo) apresentou a maior taxa de vítimas: 206,5 por 100 mil habitantes. Nos acidentes com vítimas não fatais, 23% foram motivados por causa de batida de veículos e 11% por atropelamentos. Ao analisar o perfil dos acidentes de trânsito, 26,6% das vítimas não fatais de atropelamento tinham entre 30 e 45 anos e 37,7% das vítimas de lesões corporais por colisão de veículos tinham entre 30 e 45 anos.
Infrações de trânsito
De acordo com dados da Coordenadoria de Estatística e Acidentologia do Detran.RJ, no ano passado, o estado do Rio de Janeiro registrou 4.822.305 infrações de trânsito. Metade dessas infrações foram por excesso de velocidade. A capital é a região do estado com a maior proporção de infrações (60,6%), seguida do Interior (22,3%). Ao analisar o perfil dos infratores de trânsito, vemos que 59,6% são do sexo masculino e 22,1% do sexo feminino. A faixa etária de 31 a 40 anos foi a que apresentou o maior número de infratores no ano passado, representando 21,1% das autorias, seguida da faixa de 41 a 50 anos, com 18,9% das infrações cometidas.
Outros olhares
Na seção “Outros olhares” do Dossiê Trânsito 2019, o artigo de Nadine Melloni (Instituto de Segurança Pública) analisa as chamadas para o Serviço 190, da Secretaria de Estado de Polícia Militar, relacionadas a acidentes de trânsito. De todas as ligações realizadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro para o 190 em 2018, os acidentes de trânsito com vítima apareceram como o oitavo motivo mais frequente, com aproximadamente 30 mil ligações. Destas ligações, 67,8% geraram despachos de viaturas – ocupando a quinta posição entre os motivos mais recorrentes de despacho. O artigo mostra como a Polícia Militar dedica grande parte de seu tempo e empenho no atendimento a essas ocorrências, que ocupam o primeiro lugar em termos de tempo mediano gasto (115 minutos). Nesse sentido, é importante pensar em como outros órgãos podem colaborar para aumentar a segurança dos cidadãos nas vias, atuando para reduzir o número de ocorrências e, quando possível, tornar o atendimento mais eficiente.
O segundo artigo é uma análise sobre internações e óbitos por acidentes de trânsito segundo dados do Datasus, de Aloísio Geraldo Sabino Lopes, da Secretaria de Estado de Saúde. O artigo mostra que foram registradas, por dia, 27 internações no Sistema Único de Saúde (SUS) decorrentes de acidentes de trânsito – dessas vítimas, cerca de 96% receberam alta e 4% faleceram no hospital. A maior parte das vítimas de acidentes de trânsito atendidas pelo SUS foi em decorrência de atropelamentos e acidentes de motocicleta. Segundo o artigo, em média, cada internação custou cerca de US$ 426 para os cofres públicos. As informações divulgadas no Dossiê têm como fontes o banco de dados dos registros de ocorrência da Secretaria de Estado da Polícia Civil, o banco de dados da Coordenadoria de Estatística e Acidentologia do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran.RJ) e o banco de dados da Operação Lei Seca.