Marcello Medeiros
Com 16 anos de história, a Feira Agroecológica de Teresópolis funciona em novo endereço desde o final de junho passado. A tradicional feirinha agora fica em um dos terrenos da antiga fábrica Sudamtex, na Várzea, na Rua Nilza Chiapeta Fadigas, 150. O novo espaço tem agradado não só agricultores, produtores e artistas que desenvolvem seus trabalhos no local, mas também a clientela que busca produtos diferenciados e um ambiente familiar. Para um dos fundadores e principais incentivadores da agroecologia no município, a tendência é de crescimento do setor. “Foi uma conquista de todos esse novo espaço aqui, que é bacana. Vamos fazer um bom uso disso aqui para a agroecologia, pois é melhor. A feira fica toda reunida em uma cobertura só e isso vai propiciar crescimento da agroecologia no município. É bom para todos ficarem mais animados, investirem mais, novos produtores chegarem. Se a pessoa praticar nossos princípios, pode se associar e se beneficiar desse espaço”, pontua Beto Selig.
Atualmente, são 22 produtores rurais comercializando frutas, legumes e verduras sem agrotóxicos, a maioria com certificação da ABIO (Associação dos Produtores Biológicos do Rio de Janeiro), além de pães, bolos e geleias. A feirinha funciona as quartas e sábados, das 8h às 12h, sendo que nos finais de semana também há programação cultural e artesanato.
Ao comprar um produto orgânico, a pessoa não está apenas evitando problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas, mas também ajudando o meio ambiente e principalmente pequenos agricultores. No caso da nossa feira agroecológica, outro diferencial são produtos que não são encontrados em nenhum outro lugar. “Todos os nossos produtos não têm veneno, são sem agrotóxico, sem adubação química, e temos também muita coisa diferente, que não se cultiva mais em nossa região. Por exemplo, a gente tem batata doce cenoura, batata doce yakon e batata doce beterraba, inhame comprido, caramoela, que é bem diferente, peixinho da horta, coentrão do norte, entre outros produtos”, explica o produtor João Galo, que mantém plantação na região de Vieira, no Terceiro Distrito.
Famílias e meio ambiente
A produção orgânica, em sua maioria, vem de pequenos grupos familiares que, muitas vezes, tiram seu único sustento da terra. Beto Selig destaca ainda a contribuição para a qualidade de vida da população com o total respeito ao meio ambiente. “A razão de ser da feira é a gente criar essa cultura do alimento orgânico, seguro, do alimento que se come sem risco, mas tem o aspecto que as pessoas não vem, não sentem no alimento, que é o meio ambiente, o local de produção. Cada ponto desse é um ponto de conservação ambiental, são pessoas comprometidas com o meio ambiente comprometidas com o nosso município e região. A agroecologia produz alimentos seguros e cria conservação ambiental no seus pontos de origem. É uma necessidade nesses tempos atuais. Queremos o município tenha cada vez mais agroecologia, não só a nossa associação, mas todos quiserem assumir esse compromisso”, destaca.
Em nossa visita encontramos um dos muitos clientes assíduos da Feira Agroecológica de Teresópolis, independente do endereço que ela esteja, que enfatizou justamente a qualidade dos produtos e a preocupação com o futuro. “Eu gosto muito da feira, são todos produtores de muito respeito, consciência ambiental, que protegem a cidade, a água da cidade, trazem produtos de primeira linha e qualidade. Por isso sempre faço questão de comprar com eles. Recebe muita saúde, é o melhor remédio que se pode investir, comprar na feira dos produtores orgânicos de Teresópolis”, enfatizou André Monteiro.