Era uma vez uma princesa que vivia em um reino lá na Itália, e que um belo dia se casou e veio ser a imperatriz do Brasil. A história de Teresa Cristina Bourbon-Duas Sicílias poderia se resumir ao casamento com D. Pedro II, porém a vida de uma das mais importantes figuras da nossa história vai muito além, e o Festival di Teresa chega para celebrar o legado da “mãe dos brasileiros”, no ano do bicentenário de seu nascimento. O Festival di Teresa ocorre de 8 a 12 de junho em Teresópolis. O nome da cidade é uma homenagem a própria Imperatriz Teresa Cristina. Durante cinco dias, o evento ocupará espaços e prédios históricos como o Palácio Teresa Cristina, o teatro e os salões do antigo cassino Higino, e a Casa de Cultura Adolpho Bloch.
A Avenida Oliveira Botelho, uma das principais da cidade, será fechada ao trânsito para receber grande parte da estrutura do festival. Passarelas, palcos, telões, e mais de 20 restaurantes com pratos da culinária italiana vão ocupar o bairro do Alto. No Centro Cultural Higino haverá exibição de filmes ligados à Itália, desfiles de modas, apresentações de camerata, músicos e cantores que vão embalar a cena com os sucessos da música italiana de todos os tempos. Também estão previstas intervenções teatrais durante as comemorações. Na Casa de Cultura Adolpho Bloch uma exposição mostra o olhar de vários artistas sobre a figura da Imperatriz. Já no Palácio Teresa Cristina, local da abertura do evento, e sede da prefeitura local, está programada a entrega da Medalha Teresa Cristina a personalidades que contribuem pela preservação da memória da homenageada.
Para Alice Maciel, diretora de produção do Festival di Teresa, o evento é uma oportunidade de resgatar a imagem da Imperatriz, que foi uma mulher culta e ajudou imensamente o desenvolvimento do Brasil, trazendo ao país artistas e cientistas. “Muito tem se falado na questão do empoderamento feminino, e durante todas as nossas pesquisas para fazer o festival nos deparamos com a força dessa mulher, que por vezes a história não dá o seu devido valor. Realizar o evento na cidade que tem no nome uma homenagem a Teresa é gratificante. Celebrar a cultura italiana em Teresópolis, com a ajuda dos diversos parceiros, muitos deles pertencentes a uma comunidade de imigrantes atuante, traz à região oportunidades únicas, principalmente no pós-pandemia, onde o setor ficou parado por dois anos”.
Já Marcelo Cabral, diretor artístico do Festival di Teresa, destaca a importância das intervenções artísticas na cidade antes e durante a semana do evento. “A Imperatriz sempre foi uma mulher ligada às artes, a erudição. Pouca gente sabe, mas o maestro Carlos Gomes (1836-1896), autor da ópera O Guarani, baseada no livro de mesmo nome, e que muitos historiadores acreditam que a história se passa aqui em Teresópolis, foi estudar música em Milão, na Itália, quase que por uma imposição dela. A Itália é um polo de arte e cultura, e a gente quis trazer tudo isso para o festival. Durante uma semana teremos desfiles com a moda italiana, grupos folclóricos, cantores, músicos, atores, chefs e até uma camerata que, claro, vai executar “O Guarani”, no teatro do Centro Cultural Higino”. As intervenções artísticas na cidade começam uma semana antes do evento. Atores de comédia, se passando por italianos perdidos, prometem aprontar muito em vários pontos do município, como uma forma divertida de divulgação do Festival di Teresa.
O Festival di Teresa é uma criação da MOX Produções e tem patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e da Enel, com apoio da Prefeitura de Teresópolis e do Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro. A atração tem investimento de R$ 1,5 milhão e deve criar cerca de 800 empregos entre diretos e indiretos durante os cinco dias de evento. A expectativa é de que mais de 50 mil visitantes passem pela cidade, movimentando a economia da Região Serrana do Rio.