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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Floração das Cerejeiras “da rodoviária” encanta a população e turistas em Teresópolis

Plantadas pelo saudoso Tião Correa, árvores de origem oriental voltam a florescer em sua totalidade

Marcello Medieros

Teresópolis está colorida em tons de rosa, mas não é por conta do tão falado filme da Barbie. Novamente as Cerejeiras, também conhecidas como sakuras, estão em floração e deixam ainda mais bonitos alguns locais do município. Um desses exemplos é o entorno do Terminal Rodoviário José de Carvalho Janotti, na Várzea. É difícil passar pela Avenida Tenente Luiz Meirelles ou pela Rua Waldir Barbosa Moreira e não parar para registrar ou pelo menos admirar os coloridos exemplares de Prunus serrulata, espécie originária do Japão e que tanto sucesso tem feito por aqui. Novamente as três grandes árvores desse local, agora acompanhadas de outras três um pouco menores, ficaram tomadas de flores ao mesmo tempo. Devido a tamanha beleza, elas têm atraído muitos olhares e registros fotográficos.

Mais de perto, no detalhe, a delicada e bonita flor da Cerejeira


Como não contam com o fator que desencadeia seu florescimento no seu país de origem, com a passagem do frio intenso para o clima mais ameno da primavera, as cerejeiras “brasileiras” florescem graças às inversões térmicas do inverno. Quando começa a ter menos umidade no ar, o metabolismo dessas plantas entende que é a hora liberar os botões. Assim, elas começam a florescer geralmente entre o final de julho e meados de agosto, como ocorre atualmente. Além disso, dias mais frios nos meses anteriores são fundamentais para uma floração volumosa, como ocorreu três anos atrás.

O grande volume compensa o tamanho da flor da Prunus serrulata, espécie de origem japonesa que se adaptou bem ao nosso país e é muito utilizada no paisagismo

“Pai das cerejeiras”
Mesmo com o encantamento a cada estação de flores das cerejeiras das proximidades da rodoviária, o olhar opaco pela correria diária faz com que a maioria dos teresopolitanos ignore o fato que elas “nem sempre estiveram por ali”. Foram plantadas em 21 de setembro de 2005, pelo saudoso Tião Corrêa, então à frente do setor de Parques e Jardins, da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. “Ali não tinha nada, nós que fizemos a mureta, a passarela, construímos tudo, fizemos tudo com muito amor para depois realizar o plantio das sakuras. Quando se planta uma mudinha pequenina, se espera uma árvore no futuro, mas eu não esperava tanta beleza quanto aqui”, relatou ao Diário em 2017 o sorridente Tião, que lá atrás já projetava um futuro mais bonito para o local onde diariamente chegam dezenas de turistas. “As árvores que plantamos hoje poderão, com certeza, ser admiradas pelos nossos filhos e netos. Quando estiverem floridas, talvez nossos netos se lembrem de quem as plantou”, relatou o emocionado servidor público ao repórter Reginaldo Castro, em 2005. Tião faleceu em 2020, mais ou menos na época da floração das Cerejeiras.

Floração da árvore atrai também outras espécies, entre elas muitos pássaros

A cerejeira histórica
A história dessa árvore no país se confunde com a da imigração japonesa, que teve início a partir de 1908. Para diminuir a saudade do seu país, eles plantaram centenas de variedades de Sakuras por onde passaram, se adaptando melhor ao clima do nosso país as espécies Okinawa, Himalaia e Yukiwari, que por aqui têm floração tão exuberante quanto no Japão – de onde a planta é um dos símbolos. Ainda ao lado do terminal rodoviário, mais perto da ponte, existe outro exemplar de cerejeira, este com íntima relação com o povo que tanto venera: ele foi plantado pelo Cônsul japonês na década de 70.


Edição 23/11/2024
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