Luiz Bandeira
Os veículos automotores desempenham um papel crucial na mobilidade urbana, oferecendo conforto e agilidade aos seus condutores. No entanto, é preocupante que muitos proprietários de carros e motos insistam em desrespeitar as normas e leis de trânsito, praticando manobras proibidas que colocam em risco a vida de terceiros e perturbam a paz e o sossego da população, muitas vezes por puro entretenimento. Não é difícil presenciar, nas ruas de Teresópolis, ou mesmo tomar conhecimento de violações ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que proíbe manobras perigosas, classificadas como infrações gravíssimas pela legislação. Essa previsão na lei não é à toa, pois a probabilidade de acidentes aumenta consideravelmente quando essas manobras comprometem o controle do veículo. E, para piorar, tais irregularidades costumam piorar ainda mais no Natal e Ano Novo, quando grupos de motoqueiros, usando veículos em situação irregular, costumam se reunir para os chamados “rolezinhos”. A promessa é de intensificação na fiscalização para evitar problemas e prejuízos para terceiros.
Na última quinta-feira (19), a Polícia Militar foi acionada após uma denúncia sobre uma moto sem placa, cujo piloto realizava manobras arriscadas no bairro Albuquerque. Chegando ao local indicado, os policiais foram informados pelo proprietário que ele havia retirado a placa para participar de um “rolezinho”. Segundo registro, o homem e um amigo tentaram obstruir a ação policial, desacataram a autoridade e acabaram conduzidos à 110ª DP. A motocicleta, que estava sem licenciamento desde 1998, foi recolhida ao depósito municipal em Três Córregos.
Encontro, mas nem tanto
Embora o termo “rolezinho” tenha originalmente sido associado a encontros informais voltados à socialização, no contexto dos motociclistas ele adquiriu uma conotação arriscada e frequentemente ilegal, devido à prática de manobras perigosas e ao desrespeito às leis de trânsito. O delegado titular da 110ª DP, Márcio Dubugras, acredita que os participantes desses “rolezinhos” podem ser enquadrados em diversos crimes.
Atualmente, a conduta de motociclistas tem gerado grande preocupação. Muitos parecem não ter respeito nem pela própria vida, quanto mais pela vida dos outros, ao pilotarem suas motos em alta velocidade, zigzagueando entre os carros, subindo calçadas, usando chinelos e arrastando os pés no asfalto. Influenciados por motociclistas que exibem comportamentos irresponsáveis nas redes sociais, ganhando notoriedade e lucro, esses condutores não apenas realizam manobras perigosas, mas também modificam seus veículos, retirando componentes que minimizam o ruído do motor, como o silencioso. As motos sem esse dispositivo rasgam as ruas do Centro da cidade e dos bairros, emitindo um barulho ensurdecedor. Para agravar a situação, esses motociclistas aceleram suas motos de forma excessiva e mantêm o motor acelerado por puro entretenimento, causando sérios transtornos a idosos, bebês e pessoas com necessidades especiais, que são os maiores prejudicados.
As penalidades para quem pratica manobras perigosas são severas: multa de dez vezes o valor previsto, suspensão do direito de dirigir, apreensão do veículo, recolhimento da habilitação, remoção do veículo e 7 pontos na CNH. Caso o condutor reincida na infração dentro de 12 meses, o valor da multa é dobrado. Além disso, quem cometer manobras perigosas pode ser enquadrado no crime de direção perigosa, conforme o artigo 308 do CTB. Nesse caso, a pena varia de detenção de seis meses a três anos, além da suspensão ou proibição de obtenção da habilitação.
No final de 2023, vários grupos foram flagrados realizando manobras perigosas e proibidas, além de utilizar motocicletas sem placa. Fotos: Leitor Repórter
Ações frequentes e parcerias
Nesta sexta-feira, nossa reportagem também ouviu a secretaria municipal de Segurança Pública, que durante todo o ano tem realizado ações de trânsito tendo como foco retirar veículos em situação irregular de circulação. “A Guarda Civil Municipal trabalha de forma preventiva autuando em último caso e nós estamos procurando levar segurança ao trânsito da nossa cidade, tendo em vista que tem motociclistas que insistem ainda em andar de forma inadequada, com o cano de descarga livre, porém nós sabemos que isso é uma das infrações do nosso Código de Trânsito Brasileiro e a Guarda Civil Municipal está aí para poder coibir e orientar também, porque isso serve como forma de orientação para estes motociclistas”, relatou o Agente Machado, da equipe ROMU Bravo.
Ainda segundo o representante da GCM, tal reunião de motoqueiros pode ocorrer, desde que respeitadas as normas de trânsito. “A Secretaria Municipal de Segurança através da Guarda Civil Municipal, juntamente com o 30º Batalhão de Polícia Militari vai intensificar a fiscalização para que tudo ocorra da melhor maneira possível. Nós não vamos proibir o ‘rolezinho’, o problema é a forma como ele tem sido conduzido, a baderna que é causada e que causa um grande desconforto à população de Teresópolis”, pontua.