Em dezembro de 2018 viralizou nas redes sociais a imagem de uma onça-parda com leucismo – uma particularidade genética, devido a um gene recessivo, que confere a cor branca animais que geralmente são coloridos – flagrada na área do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. “O bonito exemplar do Puma concolor, porém, não é visto há mais de cinco anos. O registro que só ficou famoso agora aconteceu através de armadilhas fotográficas instaladas por pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em 2013, na área do PARNASO em Petrópolis. O animal é macho e jovem e foi visto entre as regiões do Bonfim e Caxambu”, divulgou O Diário na ocasião. Nesta quarta-feira, 21, as fotografias voltaram a circular depois que um dos envolvidos na pesquisa divulgou alguns registros inéditos, mas também feito naquela época, e também a informação que a rara situação ganhou destaque internacional. “É uma retribuição a todas as pessoas (biólogos ou não) que acompanham e apoiam nossos projetos de pesquisa e conservação, principalmente aqui no IG. O fantasma branco foi selecionado entre as 10 melhores histórias de vida selvagem do ano por @natgeo! O animal mais icônico da fauna brasileira eu acho”, publicou o Doutor em Biologia Lucas Gonçalves, através de suas redes sociais.
A espécie foi flagrada durante um trabalho de monitoramento que ocorreu entre os anos de 2010 e 2016 envolvendo 24 estações de amostragem, porém após o flagrante de 2013 o animal não foi mais visto. Sua mutação rara, o leucismo é uma anomalia genética de coloração que atinge os pelos dos animais e outros registros do tipo foram feitos em tigres e leões. "Não sabemos o que aconteceu com ele e a pesquisa foi interrompida em 2016 por falta de verba. A ideia é retomarmos o estudo, conseguindo parceiros ou novos financiamentos para tentarmos localizá-lo novamente", relatou a O Diário em 2018 a Bióloga Cecília Cronemberger, uma das responsáveis pelo setor de pesquisas da unidade de conservação.
Mais sobre a onça
A onça-parda, também conhecida como suçuarana, é o segundo maior felino da Mata Atlântica. Mede até 1,20m – sem contar com a cauda – e pesa até 72 kg. Seu pelo é curto e de coloração marrom-avermelhada no dorso e um pouco mais clara no peito e barriga, com a ponta da cauda preta e laterais do focinho brancas. Não são vistas em bandos e seus hábitos geralmente se dão ao fim da tarde, quando saem para caçar suas presas. Alimentam-se de diversos mamíferos como veados, cutias, pacas, coelhos, queixadas, catetos, etc. Na reprodução, a gestação dura três meses, podendo nascer um ou mais filhotes, que ficam com a mãe até os dois anos. Os filhotes possuem manchas escuras, que perduram por pouco mais de um ano. Vive de sete a nove anos. Essa espécie não urra como os leões, tigres e demais felinos, sua vocalização parece um miado.