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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Friaca: Pedra do Sino abaixo de zero!

Visitantes registram geada e poças congeladas na montanha mais alta da Serra dos Órgãos

Marcello Medeiros

As alterações climáticas registradas em todo o planeta, principalmente por conta da pressão antrópica, têm deixado as estações do ano diferentes do que costumavam ser. Faz frio no Verão e calor no Inverno. Mas, em alguns momentos, o clima característico de cada uma sobressai – como neste fim de semana na Serra dos Órgãos. Na madrugada desta segunda-feira (22), foi registrada geada no ponto mais alto dessa cadeia de montanhas, um presente para quem encarou os mais de 10 quilômetros de trilha justamente para aproveitar a estação mais gelada do ano. E, mesmo com o Sol já bem acima da linha do horizonte, visitantes encontraram algumas poças no local conhecido como “Campo das Antas” com pequena camada de congelamento. “Deu -4º de madrugada, lá pelas três horas da manhã. Na descida, por volta das 8h, ainda encontramos muitas plantas cobertas pela geada nas Antas”, conta a teresopolitana Rafaela Carreiro, que pernoitou na Pedra do Sino em companhia do esposo, Cleitom Oliveira.

Na madrugada desta segunda-feira (22), foi registrada geada no ponto mais alto dessa da Serra dos Órgãos. Foto: Rafaela Carreiro


Acompanhados de um casal de amigos, eles puderam contemplar um espetacular Nascer do Sol a 2.255 metros de altitude e vivenciar uma geada no “Cimo”. Poucos sabem, mas na verdade esse é o nome real dessa montanha, vindo de “cume”, “ponto mais alto”, mas, que, no decorrer do tempo, acabou virando “sino”. Outra curiosidade é que, apesar de não ter sido o derradeiro topo de montanha a ser visitado na Serra dos Órgãos, é considerada a primeira grande aventura na cadeia de montanhas que anualmente recebe milhares de pessoas, do mundo inteiro. Apesar de buscar o ponto mais alto, os desbravadores chegaram primeiro à Pedra do Papudo, dez metros mais baixa, e logo a seguir, alcançaram o “Cimo”. A trilha é acessada pela Sede Teresópolis do PARNASO e tem 10,5 quilômetros de extensão – só de ida, vale frisar.

“Encontramos muitas plantas cobertas pela geada nas Antas”, conta a teresopolitana Rafaela Carreiro. Foto: Cleitom Oliveira

A história da conquista
A trilha foi aberta em 10 de abril de 1841 a mando do botânico inglês George Gardner, interessado em explorar nossa flora. Depois de vencer a mata virgem, cabendo o trabalho pesado a cerca de 100 escravos do colonizador George March, Gardner chegou aos 2.255m de altitude, que, só depois, descobriram ser o ponto mais alto da cadeia de montanhas que encantava o mundo. Muitos anos depois, outra época marcou o Sino. Quatro abrigos foram construídos ao longo dos 11,5 quilômetros e a trilha bem aberta, de acesso muito mais fácil do que nos dias de hoje. Tanto que houve um tempo que se chegava ao cume a cavalo.
Os abrigos foram desaparecendo aos poucos. Hoje há apenas um chalé quase no cume, construído no início dos anos 2000, e dos outros apenas resquícios, a trilha foi ficando bem mais fechada e o número de frequentadores aumentou bastante. Tanto que há aproximadamente 15 anos a administração do parque precisou limitar o número de visitantes por dia. No ponto mais alto da Serra dos Órgãos, a vista é deslumbrante para qualquer lado que se olhe. O fantástico Vale da Morte, a Baía de Guanabara, Teresópolis, Petrópolis… De cima, outras montanhas da cadeia, como Garrafão, Dedo de Deus, Escalavrado, Dedo de Nossa Senhora, Nariz e Verruga do Frade… É fácil ficar horas encantado com as belezas e o clima desse local.

Acompanhados de um casal de amigos, Rafaela e Cleitom puderam contemplar um espetacular Nascer do Sol a 2.255 metros de altitude e vivenciar uma geada no “Cimo”. Foto: Reprodução redes sociais


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Edição 23/11/2024
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