Luiz Bandeira
Foi localizado e preso por agentes da 110ª Delegacia de Polícia no bairro da Beira-Linha, na tarde da última terça-feira (18), um dos três detentos que escaparam da 60ª DP, em Campos Elíseos, na Baixada Fluminense, metralhada no último sábado por um bando que tinha como interesse resgatar chefes de uma facção criminosa. Morador de Teresópolis, ele estava na unidade da PCERJ atacada pelos bandidos desde que foi preso pela acusação de tráfico de drogas, mas, segundo a Polícia Civil, não há indícios da ligação desse preso com facções criminosas que promoveram a barbárie. Na ação, que teve repercussão nacional, três detentos foram soltos. O alvo do grupo, os “chefões”, porém, já haviam sido transferidos para Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro.
A ação gerou uma rápida resposta das forças de segurança do estado do Rio de Janeiro, mobilizando equipes de diversas delegacias e batalhões de Polícia Militar. O trabalho investigativo que se seguiu ao ataque indicou que um dos detentos poderia ter se escondido em Teresópolis, onde possui residência. A equipe da Diário TV estava na 110ª DP no momento da chegada do criminoso preso. Conversamos com o Delegado Titular, Márcio Dubugras, que detalhou a operação para recuperar o foragido. “Nós recebemos informações de que uma pessoa liberada durante o ataque à delegacia de Campos Elíseos, que estava presa quando os criminosos invadiram e abriram as celas, poderia estar escondida em Teresópolis. Iniciamos diligências em vários endereços associados a ele e em outros locais que nos foram indicados. Não o encontramos, mas depois soubemos que ele estava escondido na mata, onde foi localizado e preso”, explicou o Delegado.
O homem, que tem uma extensa ficha criminal, foi preso no mesmo dia do ataque à delegacia de Campos Elíseos. Segundo Dubugras, “Ele tem cinco passagens por tráfico de drogas e outros crimes, incluindo porte de arma. No dia 15 de fevereiro (sábado), foi preso em Guapimirim com 368 pedras de crack, e foi novamente autuado por tráfico de drogas”. O Delegado também informou que ele estava na carceragem da delegacia de Campos Elíseos, pois essa unidade funciona como central de flagrantes. Embora tenha sido preso em Guapimirim, ele foi transferido para lá por uma autoridade policial para formalizar a autuação. Quando os criminosos invadiram a delegacia, ele fugiu.
A Polícia Civil informou que já foram solicitadas obras para reparos na 60ª DP, e o atendimento ao público está sendo realizado temporariamente na 59ª DP (Duque de Caxias), onde o morador de Teresópolis foi reconduzido e será ouvido no inquérito que investiga o ataque. “Ele não ofereceu resistência durante a prisão, parecia um pouco entorpecido. Acreditamos que ele seja usuário de drogas, especialmente crack, já que tem várias anotações por posse de entorpecentes. Naquele momento, parecia estar sob efeito de alguma substância”, revelou Dubugras.
Força contra o crime
O Delegado também manifestou a determinação da Polícia Civil do Rio de Janeiro em dar uma resposta imediata ao ataque: “Ninguém pode atentar contra o Estado. Ninguém pode invadir uma delegacia e atirar contra uma cabine da PM. Isso é um ataque ao Estado e a resposta será dada. Essas pessoas serão presas, com certeza, em breve”, afirmou.
Após o ataque, o Governador usou as redes sociais para garantir que os criminosos responsáveis pelo que é considerado “narcoterrorismo” serão presos. Cláudio Castro também deu um recado claro para as organizações de direitos humanos: “A ousadia dos criminosos ao atacar uma delegacia de polícia não vai ficar impune. Já identificamos todos eles e vamos pegá-los de qualquer maneira. E aviso aos ‘direitos humanos’: não encham o meu saco, pois a resposta será dura, proporcional, mas efetiva e dentro da lei”, declarou o governador.
Agentes continuam à procura de Joab da Conceição Silva, apontado como chefe do ataque à 60ª DP. O Disque Denúncia divulgou, no domingo (16), um cartaz com a foto do criminoso, pedindo informações que possam levar à sua prisão.
