Wanderley Peres
Como esperado, e do jeito que ocorreu nas duas vezes anteriores nos últimos três anos, quando em janeiro de 2021 e agosto de 2022 o aterro Lixão do Fischer pegou fogo, de forma também “criminosa” como essa, segundo a Prefeitura, que até abriu processo investigativo para apurar, os focos de incêndio voltaram e a fumaça também, porque a combustão depois do calor intenso do fogo debelado facilita o reascende as chamas, que agora estão, também, nas montanhas mais a arrabalde, onde os bolsões de gás oferecem maior risco às brigadas de incêndio. “Não tem como apagar o fogo, porque o gás alimenta os novos fogos de incêndio. Agora é esperar”.
Depois de ter anunciado o controle da situação, com “o fim do fogo”, alta hora da noite desta segunda-feira a Prefeitura confirmou que o fogo havia voltado, “mas de menor tamanho e produzindo menos fumaça do que a que observamos na manhã desta segunda-feira”, disse o governo. “O Corpo de Bombeiros trabalhou durante todo o dia no combate ao incêndio, acompanhado de nossas equipes da secretaria municipal de meio ambiente, defesa civil, secretaria municipal de serviços públicos e segurança pública”, disse, prometendo que seria construindo um acesso com retroescavadeiras para que as equipes possam acessar o local exato do foco de incêndio e, assim eliminar definitivamente o incêndio. “Falta muito pouco para concluirmos o trabalho, que avançou bastante hoje, e amanhã, terça-feira, a partir das 5h30 da manhã, tanto o Corpo de Bombeiros quanto nossas equipes voltarão ao trabalho. Paralisamos a atividade à noite por segurança, seguindo as recomendações do Corpo de Bombeiros. Diante disto suspenderemos as aulas nas unidades escolares do entorno, que estiveram fechadas na manhã desta segunda-feira. Quando o trabalho das equipes retornar, a secretaria de educação avaliará a situação, juntamente com órgãos técnicos, e trará novas diretrizes com relação ao andamento das aulas nas outras unidades escolares e no turno da tarde” informou a Prefeitura que não divulgou quais seriam as escolas com aulas suspensas. Embora tenha sido previsto parar as aulas “nas escolas próximas”, escolas em bairros distantes também representaram risco para os alunos nesta terça-feira.
POVO TEM QUE SE MOBILIZAR
Ao DIÁRIO, o deputado André Corrêa lembrou, na manhã desta terça-feira, que já se manifestou várias vezes sobre o problema que acompana os desdobramentos para as devidas providências.
“O que estamos vivendo no lixão de Teresópolis é a crônica de uma tragédia anunciada. Em 2008, quando exercia influência na área ambiental do Inea, por orientação e recomendação minha, o órgão estadual interditou o Aterro do Fischer, quando houve uma decisão judicial, e decisão judicial não se discute, se cumpre, sabemos disso. Mas o que estamos observando é que esse aterro já era para estar fechado há, no mínimo, cinco anos, conforme as recomendações de órgão técnico, que é o INEA”. Sobre a postergação de uma solução, ou a completa falta de ação no sentido de resolver o problema herdado pelo atual governo e piorado bastante durante os últimos anos, o ex-secretário estadual de Meio Ambiente disse que “a Prefeitura não tomou nenhuma providência, ou buscou alternativas. Não dá para esperar mais. Olha o que a cidade está vivendo. A população tem que se mobilizar, pressionar, e as autoridades tem quer encontrar uma solução. Transportar para outro lugar, providenciar um novo aterro, que já era para ter sido providenciado. E o mais importante, que todos os teresopolitanos se mobilizem e se posicionem porque é a qualidade de vida da cidade que está em jogo e quando ela é afetada, afeta também a economia, a tranquilidade, a paz que todos precisamos”, disse.