Marcus Wagner
Funcionários da UPA de Teresópolis ainda não receberam o salário referente ao mês de outubro. Funcionários administrativos, médicos e enfermeiros estariam enfrentando o atraso. O problema teria sido causado por um bloqueio do repasse da prefeitura determinado por determinação da Secretaria de Saúde. No Portal da Transparência da prefeitura verifica-se que 70% do dinheiro referente à folha constam como pagos à Associação Brasileira de Beneficência Comunitária (ABBC) que faz a gestão da unidade, um total de R$ 1.425.861,04, porém este valor teria sido bloqueado pelo secretário Carlos Dias que estaria exigindo documentação extra e prolongando o problema, segundo informações obtidas junto a funcionários da prefeitura.
A ABBC está atuando na gestão dos recursos humanos da UPA e dos PSF’s através de prorrogações de contrato que são publicadas no Diário Oficial posteriormente ao prazo do serviço prestado, sendo que a última com o prazo até 30/10 foi publicada no dia 14/11. A situação é apontada como irregular pelo Conselho Municipal de Saúde, porém esta relação vem sendo mantida por conta do cancelamento do edital de seleção pelo TCE que verificou indícios de irregularidades.
A situação é ainda mais preocupante por conta de informações de que uma outra Organização Social (OS), com sede em Salvador, já estaria prestes a assinar um contrato com a prefeitura para substituir a atual gestora. Por sinal, em decreto publicado no Diário Oficial do dia 14 de novembro, o prefeito interino Sandro Dias reconhece o Instituto de Gestão e Humanização como uma organização social. Sem nenhum posicionamento sobre o que vai acontecer, os funcionários temem que a situação se prolongue.
Na sessão da Câmara desta terça-feira, os vereadores Maurício Lopes, Da Ponte e Cláudia Lauand alertaram para problema. Maurício lembrou ainda que outra empresa também estaria deixando o município: “A informação ainda é extra-oficial, mas recebemos a informação de alguns funcionários da UPA e dos PSF’s dando conta que além de estarem com salários atrasados, também ficaram sabendo que a ABBC, que faz a gestão destas unidades, está indo embora do município e também tenho a informação de que o governo já está preparando uma contratação emergencial de uma O. S. com sede na Bahia, mas estamos aguardando para ver se de fato isso realmente irá acontecer. Também chegou ao nosso conhecimento que a Milano, responsável pela merenda das escolas municipais, também está indo embora por falta de pagamento. Não foi por falta de aviso, a gente vem desde o início do ano alertando sobre as prioridades que eram necessárias serem elencadas, mas ele preferiu dar prioridade a pagamento de prestadores de serviço e fornecedores, principalmente de exercícios anteriores, acabou com o orçamento de 2017”.
Já a Milano é um dos fornecedores com mais apreço do governo Tricano, recebendo só em 2017 mais de R$ 12 milhões e também teve contratos prorrogados por mais um mês, porém estaria de saída do município e de acordo com o vereador Maurício Lopes, já teria até avisado os funcionários sobre a decisão.
Nossa reportagem pediu um posicionamento da assessoria de comunicação da prefeitura sobre o problema, porém até o fechamento desta edição não recebemos resposta, como sempre tem acontecido desde 2016, quando Tricano reassumiu a prefeitura.