Luiz Bandeira
O 30º Batalhão de Polícia Militar de Teresópolis, sob o comando do Coronel Ferreira, concluiu com êxito uma operação que identificou e desmantelou um golpe aplicado contra uma farmácia local. O autor utilizava falsos comprovantes de PIX para realizar compras de alto valor — superiores a R$ 2 mil — sem a intenção de pagar. De acordo com o Coronel Ferreira, o esquema foi descoberto após uma denúncia feita pelo próprio dono do estabelecimento, que já havia sido vítima de uma fraude semelhante. “Ele desconfiou da situação porque as compras vinham acompanhadas de um falso comprovante, e o pedido era feito por telefone, solicitando a entrega via motoboy particular — um serviço incomum para o estabelecimento, que normalmente usa entregadores próprios”, explicou o comandante. Esse foi um dos muitos casos registrados nos últimos meses em Teresópolis.

A Polícia Militar, por meio do Serviço Reservado, iniciou o monitoramento do caso e conseguiu interceptar a entrega no Morro do Tiro, na residência da família envolvida. “Identificamos que quem recebia a mercadoria era a mãe do autor do golpe, mas ela negou qualquer pedido de medicamentos. A investigação revelou que o verdadeiro responsável era um dos filhos, que está preso no presídio de Magé, na Baixada Fluminense, e que fazia as ligações de dentro do sistema prisional”, detalhou Ferreira.
A ação rápida da polícia e a colaboração do comerciante foram decisivas para o sucesso da operação. O comandante reforça a importância da denúncia imediata em casos semelhantes: “A população precisa confiar nas instituições e nos canais oficiais de denúncia, como o 190 e os demais canais da Polícia Militar e Polícia Civil. Muitas vezes, o silêncio ou a divulgação apenas em redes sociais prejudica o combate aos criminosos.”
No comércio de Teresópolis, tem ocorrido com certa frequência golpes envolvendo o falso comprovante de PIX. Geralmente, os golpistas fazem encomendas e fingem pagar via PIX, enviando comprovantes falsificados para solicitar a liberação da mercadoria. Esses golpes são aplicados com mais frequência por telefone, com o criminoso pressionando o vendedor a liberar o produto rapidamente. No entanto, já houve casos registrados em que a tentativa de golpe foi feita de forma presencial, aumentando a atenção necessária por parte dos comerciantes e consumidores para evitar prejuízos.

Muita atenção
Além de ressaltar o papel da cooperação entre vítima e polícia, o Coronel Ferreira alertou para a crescente sofisticação dos golpes eletrônicos, que incluem também fraudes via ligação telefônica com manipulação de voz e pedidos por aplicativos. “É fundamental que os comerciantes e a população em geral verifiquem a autenticidade dos comprovantes de pagamento diretamente nos seus canais bancários antes de liberar qualquer mercadoria. E, em casos de pedidos por terceiros, que façam confirmações adicionais, como perguntas pessoais que só familiares conheçam, para evitar que se tornem vítimas desses golpes”, recomendou.
Agora, com o caso encaminhado para a Polícia Civil, o autor do estelionato deverá responder por mais esse crime, podendo ter sua pena aumentada. O comandante enfatiza que essas medidas são importantes para combater a criminalidade e proteger o comércio local, especialmente em tempos em que os golpes digitais têm crescido de forma alarmante.