“Oi mãe… Oi pai… Troquei o meu número, salva o novo aí”. Todas as conversas começam e terminam do mesmo jeito: primeiro, a pessoa recebe a mensagem de um contato com a foto de um familiar seu e a informação sobre tal mudança. Logo depois, o pedido de ajuda financeira com alguma desculpa sobre ‘conta bloqueada’ ou ‘impossibilidade de ir ao banco’. Já o final dessa história vai depender da sensibilidade e faro apurado da vítima, que se ligar para tal número vai descobrir que se trata de um golpe. Mas, como nem todos aprofundam a verificação, muitos acabam ficando no prejuízo. Somente no fim de semana, mais dois moradores de Teresópolis acreditaram que estavam conversando com seus filhos em um famoso aplicativo de mensagens e renderam aos golpistas mais de R$ 5 mil de lucro.
As duas vítimas são mulheres. A primeira delas acreditou que estava falando com a filha, que alegava ter quebrado o telefone celular, e fez um empréstimo bancário de R$ 1.500 para auxiliar a suposta parente. Após receber o valor, o estelionatário parou de responder as mensagens e a idosa entrou em contato pelo grupo da família, descobrindo que havia caído em um golpe. Na outra ocorrência, a ‘familiar’ passou a oferecer vários eletrodomésticos e equipamentos por um ‘bom preço’, conseguindo retirar da aposentada a quantia de R$ 4.150.
Uso das redes sociais
Nesse tipo de crime, geralmente o estelionatário consegue nas redes sociais o telefone da vítima – visto que muita gente o mantém nessas páginas ou comenta em publicações que solicitam o contato, por exemplo, e depois faz o levantamento de quem são os familiares, copiando a foto de filhos, principalmente, para tentar conseguir o dinheiro fácil. O crime de estelionato tem sido o com maior número de registros na 110ª Delegacia de Polícia, com o crescimento proporcional ao avanço tecnológico. Com tantos aplicativos de conversa, páginas de compra e outras facilidades, os golpistas têm evitado os antigos ataques feitos em portas de agências bancárias ou lotéricas, diminuindo assim as chances de serem presos.
Anúncios falsos
Outro tipo de golpe que feito vítimas em Teresópolis é o do falso anúncio. O estelionatário faz uma espécie de intermediação, se passando pelo comprador e vendedor, e falando com as partes interessadas de acordo com o que elas precisam ouvir. Depois de ver o produto – um carro, moto, freezer, bicicleta – a pessoa é orientada a fazer um depósito u transferência para uma conta, que é do golpista e não da pessoa que realmente está vendendo e mostrando o objeto de interesse da vítima. Na hora de levar, dizendo “já ter feito o pagamento”, o comprador descobre que o verdadeiro dono sequer sabia da outra pessoa, que alega, entre outros, que um primo ou conhecido vai mostrar o que está sendo vendido.