Produtor rural e presidente da Associação Serra Velha dos Trabalhadores Rurais de Nova Friburgo, Adelson Cordeiro Raposo não esconde a alegria e o sentimento de esperança em dias melhores. Junto com a família, ele colheu produtos que estão em parte das 2.200 cestas básicas que começaram a ser distribuídas nesta terça-feira, dia 18, a pessoas em situação de vulnerabilidade social causada pela pandemia do coronavírus. As doações ocorrem em Nova Friburgo e Teresópolis, na Região Serrana.
– Esse projeto significa muito para nós. Precisamos escoar a produção e, durante a pandemia, não estamos entregando para escolas e restaurantes, por exemplo. Com projetos como este, eu vejo luz no fim do túnel. Até meu filho João Paulo, de 5 anos, sabe o quanto esse projeto está nos dando ânimo para continuar trabalhando com a agricultura do estado do Rio de Janeiro – afirmou Adelson.
A iniciativa é fruto de uma ação entre a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, por meio da Emater-Rio, e o RioSolidário, que renovaram parceria com a Fundação Banco do Brasil para a aquisição de produtos de agricultores familiares fluminenses. Metade das cestas básicas será doada em Nova Friburgo; a outra metade, em Teresópolis.
A campanha “Proteja e Salve Mais Vidas” tem assistência técnica da Emater-Rio, que coordena a aquisição de alimentos da Coopvieira (Cooperativa Agrícola de Capacitação e Geração de Renda da Microbacia do Rio Vieira de Teresópolis) e da ASVTR-NF (Associação Serra Velha dos Trabalhadores Rurais do Município de Nova Friburgo). E conta com o apoio das prefeituras de Nova Friburgo e Teresópolis, que vão ajudar na seleção da população vulnerável e na entrega das cestas nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) de cada município.
Primeira-dama: ‘Ação essencial’
Os alimentos adquiridos junto aos agricultores familiares, em um período de dificuldades na comercialização de seus produtos do campo, formam as 2.200 cestas de alimentos que serão distribuídas para trabalhadores informais e pessoas de baixa renda que vivem em regiões urbanas e rurais. Serão entregues arroz, feijão, melado, farinha, pão caseiro, ovos caipiras, hortaliças, leguminosas e frutas. As cestas básicas com produtos de origem da agricultura familiar foram balanceadas por nutricionista e extensionista social da Emater-Rio.
– Fico muito feliz em ver essa soma de forças para ajudar quem mais precisa. Ações como essa, diante do cenário criado pela pandemia, são essenciais. Nós trabalhamos para que outras instituições tenham atitudes como essa da Fundação Banco do Brasil – disse a primeira-dama Analine Castro, presidente de honra do RioSolidário.
O secretário de Estado de Agricultura, Marcelo Queiroz, reforça a importância de apoiar a agricultura familiar:
– Praticamente todas as políticas públicas exercidas pela secretaria e pela Emater-Rio têm como alvo o pequeno produtor rural. Agradeço muito à Fundação Banco do Brasil que, mais uma vez, abre oportunidades para os produtores rurais do Rio de Janeiro. A pandemia nos trouxe novos desafios e seguimos firmes colaborando com esses agricultores, por meio da concessão de créditos, renegociação de dívidas e novas parcerias com setor privado.
Elaine Araújo de Souza é engenheira de produção e trabalha na administração da Coopvieira, de Teresópolis. Ela acredita que projetos como este dão sentido ao trabalho no campo:
– Este projeto vem em um momento primordial, porque a fome está aumentando, e os produtores estão ficando sem ter onde vender seus produtos a um preço justo. E ver nossos produtos frescos sendo entregues para quem precisa faz a gente pensar que esse trabalho faz sentido na vida de alguém.
Para o presidente da Emater-Rio, Marcelo Costa, a parceria com a Fundação Banco do Brasil mostra a importância da assistência técnica e da extensão rural no dia a dia do produtor familiar do estado do Rio de Janeiro.
– Eu fico muito feliz em ver todos os funcionários da Emater-Rio trabalhando para garantir que uma parceria tão importante como essa dê certo. São dias percorrendo a zona rural dos municípios para saber quais produtos podemos oferecer, como cada produtor familiar vai poder participar do projeto. Ações como esta mostram como a Emater-Rio é importante para a agricultura familiar – concluiu Marcelo Costa.