Apesar de pouco conhecida, essa condição pode trazer sérias consequências à saúde vascular, especialmente das mulheres. Recentemente, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP) alertou para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da síndrome, que ocorre quando uma artéria do abdome comprime a veia sobre a coluna, dificultando o fluxo sanguíneo da perna. No Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO), o Serviço de Hemodinâmica vem se destacando no diagnóstico e tratamento dessa condição, por meio de procedimentos minimamente invasivos realizados por uma equipe especializada. No mês de março, mais um caso de May-Thurner foi tratado com sucesso no hospital, sob coordenação do Dr. Bruno Demier, cirurgião vascular e responsável pelo Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do HCTCO, juntamente com o Dr. André Marchiori.
A paciente Manuella, de apenas 22 anos, apresentava histórico de tromboses venosas na perna esquerda e, após passar por diversos especialistas, chegou ao Dr. Bruno por indicação. A compressão importante da veia ilíaca foi identificada como Síndrome de May-Thurner, e o tratamento foi realizado no setor de Hemodinâmica por meio de um procedimento endovascular minimamente invasivo, com a colocação de um stent para aliviar a compressão. “O procedimento é rápido, dura cerca de 30 a 40 minutos, feito com anestesia local e sedação leve. Geralmente, a paciente permanece acordada e interagindo com a equipe. Não tem corte, é apenas uma punção que é realizada na perna esquerda, próximo à virilha, e o acesso se dá pelas veias femorais”, explica o Dr. Bruno. “Muitas vezes, o pós-operatório pode ser feito no quarto ou no CTI, sendo este último preferido por oferecer maior segurança e suporte”, completa.
Diagnóstico ainda é desafiador
Segundo o especialista, a Síndrome de May-Thurner ainda é subdiagnosticada no Brasil, apesar de ter sido descrita na literatura médica há mais de 40 anos. Muitas vezes os sintomas são confundidos com sinais comuns de insuficiência venosa dos membros inferiores, como dor, inchaço, sensação de peso e varizes. No entanto, a compressão ocorre dentro do abdome, o que exige uma investigação mais aprofundada cujos estudos estão em alta. “É comum que mulheres jovens, ao apresentarem queixas de dor pélvica e varizes, procurem primeiro um ginecologista. É fundamental que esses casos sejam também avaliados por um cirurgião vascular, pois pode haver uma síndrome venosa compressiva por trás dos sintomas”, alerta o Dr. Bruno. Ele também destaca a estrutura do HCTCO como essencial para a qualidade do atendimento: “Nosso hospital tem tecnologia e equipe que nos permitem oferecer um serviço de excelência, tanto para os procedimentos endovasculares da Hemodinâmica quanto, quando necessário, para cirurgias abertas”.
Entenda a síndrome
A SBACV-SP explica que a Síndrome de May-Thurner pode afetar tanto homens quanto mulheres, mas é mais frequente em mulheres entre 20 e 50 anos, devido à anatomia pélvica e à influência hormonal. Os sintomas variam de leves — como inchaço na perna esquerda, vermelhidão e varizes — a complicações graves, como trombose venosa profunda (TVP). A TVP pode levar a embolia pulmonar, uma condição grave em que um coágulo migra para os pulmões e obstrui uma artéria. Com os avanços da medicina e a estrutura do HCTCO, pacientes com essa síndrome contam com diagnóstico preciso e tratamento de ponta, destacando a importância de um olhar atento para sintomas que, muitas vezes, passam despercebidos.
