Anderson Duarte

O CREMERJ reuniu os diretores dos hospitais, da secretaria de Saúde e entidades ligadas ao setor em Teresópolis neste sábado, 23, para discutir e procurar saídas para a crise financeira que vem dificultando a continuidade do funcionamento de unidades hospitalares e também os planejamentos destas unidades para o ano de 2019, assim como as respostas destas empresas aos desafios de abrangência e universalidade do atendimento em nosso município. A administração municipal acumula dívidas milionárias com os Hospitais contratados e há décadas não promove a ampliação do seu atendimento básico, pelo contrário, sofreu desmonte em seguidas administrações, mas hoje, com o discurso de parceria e mudança de postura por parte do gestor, todos concordam que poderão ampliar o atendimento e reinvestir em infraestrutura. Por parte da secretaria de Saúde, o anúncio da meta de 70% de atendimento na saúde básica nos próximos meses, pelos hospitais, um novo hospital maternidade, maior número de cirurgias e o fomento ao tratamento oncológico. Ao fim, a Carta de Teresópolis, propôs uma série de medidas e contrapartidas de todos os atores do setor da Saúde.
Reunidos na sede da Sociedade Médica de Teresópolis, membros da diretoria do CREMERJ, representados pelo presidente da entidade, Sylvio Provenzano e sua vice, Célia Regina da Silva, recebidos pelo médico Romualdo Barboza Gama, anfitrião do evento, ouviram atentamente a palestra sobre a gestão da área em nosso município, ministrada pelo Secretário Antônio Henrique Vasconcellos, que na oportunidade também ressaltou o diálogo com os hospitais e a ampliação do atendimento nos bairros. Em seguida o momento mais esperado do encontro, uma mesa redonda com todos os prestadores hospitalares que versaram sobre “O que os hospitais podem colaborar para a melhoria da saúde do Município de Teresópolis e o que esperar do poder publico”. Participaram a Direção do Hospital das Clinicas Constantino Otaviano de Teresópolis, na figura de sua diretora Dra. Rosane Costa, a Direção do Hospital São Jose de Teresópolis, na figura da Diretora Geral Daniela Weber, a Direção do Hospital da Beneficência Portuguesa de Teresópolis, com o Diretor geral Paulo Ribeiro e o Secretário de Saúde Antônio Henrique Vasconcellos.
Com um formato diferente de reuniões do tipo, onde cada prestador pode expor suas dificuldades, entretanto, com propostas de cenários adversos, a cada explanação, os gestores deveriam situar como cada unidade poderia contribuir para as inúmeras dificuldades de acesso a determinados procedimentos e atendimentos. Segundo o CREMERJ, o objetivo do Conselho é reunir o máximo de informações sobre a situação atual de financiamento da saúde no município, para que o conselho atue no sentido pressionar o Executivo municipal a cumprir suas obrigações, repassando os recursos contratuais para que hospitais e outras unidades de saúde funcionem dentro da normalidade, mas também que possa buscar o investimento das unidades em sua infraestrutura de atendimento. “Sem financiamento, os médicos, os hospitais e toda a rede contratada não têm condições adequadas de trabalho. Vemos as estruturas sendo sucateadas e a qualidade do atendimento caindo. A população duplicou de tamanho e existe grande carência de leitos”, afirmou Romualdo Barboza Gama na abertura da mesa de debates.
A notícia da assinatura do Plano Operativo Anual 2019 com os Hospitais das Clínicas de Teresópolis e a Beneficência Portuguesa e o documento referente ao Hospital São José já em fase de avaliação pelo Conselho Municipal de Saúde, também ganhou os debates. O documento define metas de qualidade e de atendimento aos pacientes do SUS pelas instituições que prestam serviços hospitalares e trouxe entre as novidades deste ano a valorização da Beneficência Portuguesa, que teve um aumento do número de cirurgias ofertadas à população, inclusive ortopédicas. “Foram mantidos os atendimentos de maternidade, clínica médica e as internação de longa permanência. E aumentaram o número de cirurgias e de consultas, inclusive de ortopedia de baixa complexidade. O centro cirúrgico está sendo reestruturado para a prestação desse novo serviço”, explicou Paulo Ribeiro, Diretor da unidade que ainda complementou: ”O POA coloca a Beneficência em lugar de maior importância no sistema de saúde. Houve um aumento grande nos nossos serviços e responsabilidade, com a contratação de cirurgias ortopédicas de baixa complexidade, ginecológicas e urológicas. E num segundo ponto, a entrada de urgência e emergência de ortopedia indo da UPA para a Beneficência, o que nos acarreta uma modificação estrutural muito grande. Acredito que em março estejamos com toda equipe de ortopedia no hospital”, comentou.
Já para a médica Rosane Rodrigues, Diretora Geral do HCT, o momento é mesmo diferenciado, inclusive para a instituição que inaugura novidades importantes para o atendimento no município neste mês de março. “O nosso novo centro de Maternidade terá como um dos grandes diferenciais a unidade de UTI Neonatal, que por conta da parceria firmada com a Perinatal, já chegará a cidade com vagas nesta unidade para os pacientes SUS. Todo o novo empreendimento foi pensado em oferecer para a cidade uma ampliação considerável em uma das áreas de maior déficit do sistema público. Como um Hospital escola entendemos que é necessidade da instituição investir sempre, mas como entidade de ensino também entendemos que não podemos assumir todo o financiamento da área de saúde sob nossos ombros como acontecia num passado recente. Se cada um que está aqui hoje fizer a sua parte, teremos um atendimento de qualidade para o cidadão teresopolitano”, explica Rosane.
A Diretora Executiva do Hospital São José, Daniela Weber explicou em sua explanação como a unidade já começa o ano de 2019 com uma série de novidades e conquistas para o teresopolitano. São novos procedimentos, setores inteiros reformulados e uma gama de novos procedimentos chegando ao já importante leque de opções oferecidos atualmente. “Entre as nossa maiores novidades está a inauguração de um novo setor de Oncologia, novos espaços de convívio para a classe médica, a retomada dos atendimentos para clientes UNIMED e a recém anunciada construção de um setor de Radioterapia, que em breve vai oferecer aos pacientes da unidade o conforto e a segurança de receberem esse atendimento em casa. São três consultórios, dezesseis leitos para terapia por infusão, banheiro para pacientes ostomizados e muito mais. As novas instalações, dentro do complexo principal do HSJ, ainda facilitam o acesso aos demais serviços da Instituição, mas foi um pontapé inicial para novas e ainda mais importantes mudanças”, explica Daniela.