Marcus Wagner
De acordo com estudos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os números que mostram que Teresópolis continua registrando grande crescimento populacional – três vezes a mais do que os municípios vizinhos de Petrópolis e Nova Friburgo. As informações foram publicadas na edição desta quinta-feira, 27, do Diário Oficial da União. Entre 2019 e 2020, a estimativa local passou de 182.594 para 184.240 pessoas, um acréscimo de 1.646 teresopolitanos. No mesmo período, a previsão de aumento em Petrópolis foi de 487 habitantes e outros 527 em Friburgo. Utilizando os dados do último Censo realizado pelo IBGE, em 2010, os números em comparação aos outros dois grandes municípios da Região Serrana do Rio de Janeiro também são motivo de preocupação para Teresópolis, visto que, como é até empiricamente perceptível, tal crescimento vem ocorrendo de forma desordenada e sem preocupação nenhuma com pontos como a mobilidade urbana.
Segundo os dados do Instituto, dez anos atrás a população local era de 163.746 pessoas, ou seja, 20.494 a menos que a estimativa atual. Enquanto isso houve crescimento de 10.761 pessoas na terra de Pedro e 9.076 em Friburgo. Hoje, tais cidades possuem 306.678 e 191.158 habitantes, respectivamente. A estimativa é referente a julho.
O grande crescimento populacional, de forma desordenada, tem gerado cada vez mais problemas em Teresópolis. De acordo com o Detran, já são 104.744 veículos emplacados aqui, sem contar que estão em circulação outros milhares registrados em municípios diferentes. Apesar disso, as ruas e avenidas são as mesmas de décadas atrás. Por isso, conseguir um lugar para estacionar ou mesmo trafegar em alguns horários já é uma difícil missão.
Além do trânsito, há menos unidades hospitalares também são as mesmas de quando a população era muito menor do que a estimativa atual do IBGE. E, no sentido contrário, a precariedade da saúde é cada vez maior. Por isso, quem precisa de atendimento na porta de entrada do SUS em Teresópolis, a UPA, pode se preparar para esperar várias horas até ser analisado por um médico.
Caso a pessoa não consiga esperar tanto tempo pelo atendimento no pronto socorro ou por uma vaga para internação e acabar falecendo, mais um problema. O principal cemitério do município, o Caingá, também conhecido como Carlinda Berlim, quase não tem mais sepulturas disponíveis e o número de gavetas tem sido insuficiente. A construção de novos sepulcros desse tipo não tem acompanhado o número de mortes e, por diversas vezes, foi necessário adiantar o processo de liberação de jazigos e encaminhamento dos restos mortais para gavetas menores e construídas acima das maiores em várias quadras. Já houve casos de adiamento do horário do sepultamento para que acontecesse a liberação de uma gaveta.
Outro grave problema é o habitacional. Como muitos desses novos moradores são oriundos de outros municípios, buscando fugir da violência das grandes metrópoles, por exemplo, bairros populares têm tomado cada vez maior proporção e consequentemente registrado mais construções irregulares – mais um reflexo da ausência do poder público.
Faltam vagas em creches e escolas e, logicamente, emprego. Sem colocação no mercado formal, muitos têm buscado renda na informalidade e, no pior dos casos, na criminalidade. Só para se ter uma ideia do tamanho desse problema, nos últimos doze meses foram registradas 315 prisões somente relativas ao tráfico de drogas, de acordo com números do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP).
População do Brasil passa de 211,7 milhões
A população estimada do Brasil é de 211.755.692 pessoas. Em 2019, a população estimada era de 210.147.125 pessoas. Portanto, de acordo com a projeção, o Brasil ganhou mais 1,6 milhão de habitantes em um ano. De acordo com o levantamento do IBGE, os estados mais populosos são: São Paulo (46.289.333), Minas Gerais (21.292.666) e Rio de Janeiro (17.366.189). O Distrito Federal conta com uma população de 3.055.149 habitantes. Roraima é o estado com a menor estimativa populacional (631.181).