Marcello Medeiros
Se já não bastasse a situação ambiental crítica gerada pela onda de calor dos últimos dias, um ato criminoso que se repete ao longo dos anos causou ainda mais prejuízos e preocupação para os teresopolitanos no fim de semana. Diversos balões, tudo indica a maioria oriunda da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, foram vistos sobrevoando o município. Alguns deles caíram em solo local, causando destruição de vegetação e rede elétrica, além de colocar residências em risco. Na área ambiental, equipes das três unidades de conservação com sede no município se uniram para evitar problemas ainda maiores, atuando juntas para combater incêndio causado pelos criminosos na região de Santa Rita, no Segundo Distrito de Teresópolis, e para monitorar outras possíveis quedas para realizar rápida intervenção.
Um desses balões atingiu a Pedra Alpina, montanha vizinha à sede rural do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis. Até o início da tarde dessa segunda-feira, o levantamento era de 45 hectares destruídos pelas chamas. Atuaram no combate ao incêndio florestal equipes do 16º Grupamento de Bombeiro Militar e das Brigadas de Incêndio do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis/Secretaria Municipal de Meio Ambiente, do Parque Estadual dos Três Picos, do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e do PrevFogo-Ibama.
“De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o balão que causou este incêndio florestal veio da região do município de Petrópolis e que não é comum a soltura de balões em Teresópolis. Há anos, as equipes do Meio Ambiente, do PrevFogo/Ibama e do 16º Grupamento de Bombeiro Militar realizam um trabalho conjunto de monitoramento para identificar e recolher eventuais balões na área do município. Porém, este caiu no cume de uma montanha, o que dificultou o rápido acesso das equipes para o seu recolhimento e as ações de combate ao incêndio florestal”, informou ao Diário o governo municipal, ontem à tarde.
Devido ao ato criminoso, a sede Santa Rita do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis ficará fechada nos próximos dias para avaliação dos danos causados pelo incêndio. A subsede da Pedra da Tartaruga funciona normalmente.
Zona urbana
Ainda na zona rural, moradores da localidade de Campo Limpo conseguiram evitar prejuízo ao recolher rapidamente um balão que caiu em uma área de lavoura. Na zona urbana, um grande balão atingiu a rede de alta tensão e quase chegando a uma residência em Agriões, deixando esse bairro e também Corta Vento e Panorama sem energia elétrica por um longo período. O Corpo de Bombeiros foi acionado.
É crime, denuncie
O Linha Verde, programa do Disque Denúncia do Rio de Janeiro específico para recebimento de denúncias sobre crimes ambientais, mantém a campanha “Disque Balão”. Através das ligações ao Disque Denúncia, as forças policiais podem encontrar locais onde há armazenamento de balões, locais de fabricação, apreendendo assim esses materiais e impedindo que esses balões sejam soltos. “É importante ressaltar que a polícia não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, por isso a denúncia é valiosa, permite que a polícia identifique com maior brevidade esses locais. Existe ainda o próprio risco de o balão cair aceso em florestas, usinas, aeroportos e residências, produzindo grandes prejuízos patrimoniais, ameaçando o nosso meio ambiente e colocando a vidas em risco”, divulga o grupamento especial da PMERJ.
Todas as denúncias que chegam através do Linha Verde, pelos telefones (21) 2253 1177 ou 0300 253 1177 (interior do Estado, custo de ligação local) e ainda pelo WhatsApp (21) 99973 1177 são encaminhadas à polícia. Cabe ressaltar que a prática de soltar balões é crime (artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98). A pena para quem for pego confeccionando, comercializando ou soltando balões que possam provocar incêndios é de 1 a 3 anos de detenção ou multa, ou ainda ambas as penas cumulativamente.