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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Incêndio destruiu 200 hectares de mata nativa no Parque Nacional

Direção do Serra dos Órgãos relata dificuldades para controlar fogo que teve início nas proximidades da BR-495

Marcello Medeiros

A direção do Parque Nacional da Serra dos Órgãos divulgou nesta quinta-feira (29) o balanço do grande incêndio que afetou a unidade de conservação ambiental durante quatro dias, tendo sido iniciado nas proximidades da rodovia BR-495, a Teresópolis-Itaipava, saído da zona de amortecimento e invadido montanhas dentro da área protegida. O fogo criminoso teve início no final da tarde do último dia 22 e se estendeu até o domingo, dia 25, destruindo cerca de 200 hectares de vegetação nativa. Participaram do combate 45 brigadistas do ICMBio (PARNASO e Parque Nacional da Tijuca), 20 homens do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro e seis voluntários. “Esse incêndio destaca a importância de não soltar balões, não atear fogo na mata, e reforça que essas ações, além de causarem graves danos ambientais, são crimes previstos na legislação brasileira. A preservação dos nossos parques e florestas depende do compromisso de todos em proteger o meio ambiente e respeitar as leis”, destaca nota.
O fogo afetou primeiro o morro do Arquipélago e a montanha conhecida como Pilatos, além do Vale do Jacó, que se encontram na zona de amortecimento e no interior do parque. As chamas se estenderam para o topo do Pilatos e viraram para o bairro de Quebra-Frascos. Ainda no balanço sobre esse triste capítulo da história parque, a direção relata as dificuldades para controlar a queimada criminosa:
“No dia 24 de agosto, sábado, o combate foi iniciado com um efetivo maior e também com o uso de uma aeronave dos bombeiros que foi utilizada tanto para o reconhecimento aéreo da situação como para o lançamento de água sobre o incêndio. Neste dia, foi decidido pela brigada que o combate avançaria pelo período noturno, tendo sido o fogo totalmente extinto por volta das 22h após três reignições causadas pelo acúmulo de matéria orgânica sobre o solo que naquela região mede entre 10 e 20 centímetros segundo relatos dos brigadistas. No dia seguinte, domingo, dia 25, foi verificado, no início da manhã, que houve uma nova reignição e o incêndio havia recomeçado. Os combates, então, foram retomados tendo se estendido até por volta das 16h, quando foi finalmente extinto o que coincidiu com a chegada de uma frente fria na região”.

Na tarde do último sábado, era assustadora a cortina de fumaça em uma das encostas do Pilatos. Foto: Divulgação Parnaso

Todo mundo perde
Muitas espécies vegetais e animais foram perdidas, talvez exemplares nunca registrados pelos pesquisadores da terceira mais antiga e uma das unidades de conservação ambiental mais importantes do nosso país. Mas, quando se fala em incêndios florestais, é preciso discutir além de dano à fauna e flora, ao que muitos acreditam ainda “ficar no campo poético dos defensores do meio ambiente”. Além do prejuízo direto, impedindo, por exemplo, a descoberta de uma planta ou animal que possa representar a solução para alguma doença, as queimadas causam grande prejuízo para a qualidade de vida de toda uma população.
O ambiente fica mais quente, o solo mais seco, as nascentes d´água são prejudicadas e aumenta consideravelmente o risco de deslizamentos de terra nas encostas onde uma densa área verde foi substituída por um terreno áspero e sem vida. Assim, quem ainda acredita que não tem que se preocupar com o tema conservação ambiental, e de combater aqueles que acham que podem continuar destruindo à vontade o que temos obrigação de deixar para as futuras gerações, precisa mudar de ideia antes que sejamos sufocados pelo ego e ganância do homem. Dinheiro não se come, ouro não mata sede e carros de luxo não poderão teve levar muito longe se não houver estradas a serem percorridas.


Edição 23/11/2024
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