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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Incêndio já destruiu 630 hectares no Vale dos Frades

Brigadistas e Bombeiros somam esforços para evitar que chamas cheguem à região da Mulher de Pedra

Uma das regiões mais bonitas de Teresópolis, frequentemente procurada para a prática de diversos esportes relacionados à natureza, além de cenário de produções de cinema e televisão, o Vale dos Frades, às margens da RJ-130, no Terceiro Distrito do município, sofre com uma densa queimada desde o final da tarde da última sexta-feira. Ao que tudo indica, o incêndio teve início devido ao uso inadequado do fogo, com ações como queima de lixo e limpeza de terreno. Devido às condições climáticas e a topografia da região, mesmo com árduo trabalho desde as primeiras comunicações do incêndio, brigadistas e bombeiros não conseguiram evitar a destruição de, até o momento 630 hectares, entre fragmento de Mata Atlântica e trechos de pasto de propriedades rurais. Além da região da APA Estadual Bacia do Rio dos Frades, está sendo destruída parte da zona de amortecimento do Parque Estadual dos Três Picos, do Buraco do Ouro até o local conhecido como Morro Grande.  “As equipes passarão a concentrar os esforços para evitar que o fogo alcance a Mulher de Pedra. A equipe de fiscalização do INEA está trabalhando na averiguação da ocorrência, tendo como ferramentas a utilização de imagens de satélites fornecidas pelo InPe e pelo Programa do INEA Olho no Verde, para a adoção das medidas administrativas de controle ambiental”, divulgou a direção do PETP no final da tarde desta terça-feira.


Além de militares do 16º GBM e do 2º DBM (Bonsucesso), trabalham no combate às chamas brigadistas do INEA (Três Picos, Serra da Tiririca e APA Macacu), do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBIO).  O clima seco, a temperatura elevada, além da complexidade do local, dificultam a ação por terra, tendo sido utilizado também apoio aéreo do Corpo de Bombeiros e INEA. “Estamos vivendo um período muito complicado para o meio ambiente. O tempo seco, entre os meses de junho e setembro, intensificam a propagação de focos de incêndio na vegetação. Nas últimas semanas, nossas equipes se mobilizaram para combater os diversos focos de incêndios florestais.  Muito deles são causados por uso inadequado do fogo, como por exemplo para queima de lixo, limpeza de terreno e pastagens, e também por queda de balões. É importante ficar atento e denunciar essas práticas irregulares. Lembre-se: Toda queimada fora de controle é um incêndio florestal e quem provoca pode ser punido com multa ou detenção”, divulgou o Instituto Estadual do Ambiente ontem.

De controlado, não tem nada
Além dos Frades, outros incêndios foram registrados nos últimos dias, como nesta terça-feira em Córrego das Pedras, em Venda Nova. Em alguns bairros é comum ocorrências de queimadas ocasionadas por pessoas que acreditam estar fazendo queimadas controladas, de lixo ou qualquer outra coisa que não lhes interessa mais, situação que é considerada crime ambiental e ainda contribui para problemas de saúde. O que muitas pessoas não entendem é que quando elas queimam o lixo ele de certa forma vai desaparecer, mas se transformar em material particulado que viaja pelo ar e invade o olfato de uma senhora que pode estar se recuperando de uma doença ou de uma criança que tem asma. Denúncias de crimes do tipo podem ser relatadas diretamente ao CBMERJ, no 193.

É crime, dá cadeia
Geralmente o fogo tem início em margens de estradas ou propriedades vizinhas a florestas e encostas, tomando posteriormente locais de difícil acesso e consequentemente proporções quase que incontroláveis. Além do óbvio prejuízo à fauna e flora, os incêndios florestais podem gerar outros problemas que afetam diretamente o homem, como a supressão de nascentes e o aumento considerável do risco de escorregamentos de terra. Sem a proteção do solo, quando chega o período de chuvas fortes aumentam as possibilidades de deslizamentos. Incendiar as florestas é crime contra o meio ambiente, contra as pessoas e as espécies animas e vegetais. As leis que falam sobre isto são: Código Florestal (Lei Federal nº 12.651, de 25 maio de 2012), Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998), Lei Estadual nº 3.467, de 14 de setembro de 2000. Os focos de incêndio em vegetação são mais comuns quando há conjunção de fatores como baixa precipitação, pouca umidade do ar e altas temperaturas. A população pode ajudar a prevenir este tipo de ocorrência ao evitar acender fogueiras, queimar lixo no quintal, soltar balões, jogar pontas de cigarro em qualquer ambiente, principalmente, nas estradas próximas à vegetação, e jogar garrafas de vidro em áreas florestais e em beira de estrada. Elas funcionam como lente de aumento para os raios solares, gerando calor. Quem provoca incêndio está sujeito a pagar multas altas ou até mesmo ser preso, dependendo das consequências dos seus atos.

 

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Edição 28/11/2024
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