O feriado de Finados foi marcado por atos em diversas cidades do país, entre elas Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Os manifestantes protestaram contra o resultado da eleição para a Presidência da República, onde Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva, e pediram intervenção federal. Tal situação também ocorreu em Teresópolis, onde um grupo vestindo camisas da seleção brasileira e utilizando bandeiras do Brasil se concentrou na Praça dos Expedicionários, em São Pedro, onde fica localizado o quartel do Tiro de Guerra 01-011. Nas redes sociais, o movimento dividiu opiniões. Nas publicações feitas pelo Diário, centenas de pessoas comentaram o assunto. “As manifestações não são por causa do Bolsonaro. Simplesmente o povo não aceita um descondenado como presidente. Se o Ciro ou Tebet tivessem ganho, era aceitável, mais um ex presidiário não”, relatou Joelma Santos. “Não somos defensores de Bolsonaro, somos patriotas”, alegou Júnior André. “Ué intervenção depois das eleições? Que incoerência! Os mesmos que votaram semana passada estão pedindo intervenção”, frisou Lili Nunes. “A eleição acabou, perderam. Não é porque o seu candidato não teve competência para vencer nas urnas que você tem direito de ficar protestando e atrapalhando a vida do próximo. Arrumem um candidato melhor, mais competente, e voltem daqui a quatro anos”, pontuou Renan Queiroz.
No Rio de Janeiro, as manifestações começaram no início da manhã, em frente ao Comando Militar do Leste (CML), sede regional do Exército, no centro. Vestidas de verde e amarelo, carregando bandeiras do Brasil e cartazes, as pessoas ocuparam toda a frente do prédio do CML e a maior parte da Avenida Presidente Vargas. Os militares formaram um cordão de isolamento em frente ao portão principal do CML. Em São Paulo, o ponto de encontro foi em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Parque do Ibirapuera, na zona sul paulistana. A Polícia Militar informou que monitora o local com reforço e desvio do trânsito no entorno. Em Brasília, o ato ocorre em frente ao Quartel-General do Exército, no SMU (Setor Militar Urbano).
Com 100% das urnas apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula obteve 60,3 milhões de votos, o que corresponde a 50,90% dos votos válidos. Já o presidente Jair Bolsonaro ficou com 49,10% dos votos, somando 58,2 milhões de sufrágios.
“Constituição será respeitada”
Em seu pronunciamento, na terça-feira, Bolsonaro agradeceu pela votação recebida, sem citar o presidente eleito. Ele também comentou sobre as manifestações de apoiadores bloqueando rodovias em diversos estados do país, bloqueios que causaram uma série de prejuízos, como transporte de oxigênio hospitalar e desabastecimento de aeroportos.
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no ultimo dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição do patrimônio e direito de ir e vir”, afirmou.
Bolsonaro também afirmou que vai cumprir a Constituição Federal e mencionou sua condição de líder de milhões de brasileiros. “Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”.