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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Intervenção social devolve qualidade de vida a pacientes

Projeto reúne voluntários para reformar um andar inteiro do Hospital Nossa Senhora da Saúde

Anderson Duarte

O nome, “Apenas uma lata de tinta” faz uma referência a toda a simplicidade do ato, mas guarda em sua essência algo mais complexo e determinado pela própria organização mundial da saúde como preceito humanitário: ‘A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou enfermidade’. Assim, partindo de uma disciplina universitária, o projeto ganhou força com a solidariedade de amigos e conseguiu reformar um andar inteiro do Hospital Nossa Senhora da Saúde, mantido pela instituição Beneficência Portuguesa em nosso município. A unidade se diferencia por atender a imensa maioria dos pacientes vindos do sistema único de saúde, portanto, com vocação social e de prestação de serviço aos mais necessitados. O casal Euclair e Rosalda Thuller foi responsável pela corrente do bem que se baseou em um dos mais primários direitos humanos, o de que temos que usufruir do melhor estado de saúde que se é possível atingir, ainda tão difícil de se concretizar.
Rosalda explica que o projeto veio de um trabalho a ser apresentado em uma das suas disciplinas no curso de Serviço Social, mas que rapidamente já havia consumido os planos de toda a família. “Sou aluna do curso de Serviço Social e em uma de nossas disciplinas era necessário desempenhar algum trabalho de campo, ou seja, teríamos de colocar a mão na massa. Como já conhecia o pessoal do Hospital do estágio que fazia aqui, não pensei duas vezes, e conversando com meu marido percebi que se fizéssemos uma corrente com nossos amigos e até empenhando um pouco de nossos recursos para promover mudanças pontuais, teríamos um resultado para esses pacientes sem igual. O ambiente não recebia uma intervenção de pintura ou reforma há muitos anos, e alguns problemas eram tão simples que até surpreenderam, como um banheiro que estava fechado por anos em virtude da não substituição de uma simples carrapeta, ou espaços sem iluminação apenas por ausência de reparo simples na fiação. Enfim, resolvemos arregaçar as mangas, chamar os amigos e mudar um pouco dessa realidade”, enfatiza Rosalda, que a cada passo que dávamos pelos corredores do Hospital era saudada por algum paciente ou familiar.
O casal se tornou uma espécie de amigo dos pacientes e moradores do Hospital. E moradores é uma expressão que cabe bem as situações de algumas dessas pessoas, visto que são décadas de cuidados e tratamentos dedicados no Hospital. O nome do projeto também é uma mostra de como pode ser simples ajudar quando a sociedade se une. “Nós queríamos com apenas uma lata de tinta mostrar para a sociedade teresopolitana que com bem pouco é possível fazer muita diferença. Assim que a minha esposa chegou em casa com a ideia, já pensávamos em como iriamos mobilizar amigos, convocar parceiros para poder colocar em prática o que tínhamos pensado e planejado. É importante também que a população perceba que não é apenas reclamando em casa que nós vamos mudar as coisas, nós precisamos agir”, explica Euclair, que literalmente colocou a mão na massa e conseguiu recuperar mobiliário de metal, paredes que caiam, instalações elétricas e hidráulicas em frangalhos, além da pintura do andar inteiro.
“A vontade de desistir do voluntariado sempre bate, ainda mais quando estamos diante de dificuldades, mas o trabalho de quem se propõe a reservar um pouco de seu tempo em benefício de uma causa social ou humanitária, não tem preço. Uma das nossas tarefas aqui durante o estágio era justamente oferecer conforto emocional e até espiritual aos pacientes e seus acompanhantes, muitas vezes suporte ainda mais importante que o apoio material. E para quem trabalha no hospital a atuação dos voluntários é fundamental para reforçar o tratamento humanizado, ou seja, está na atuação do voluntário o papel de trazer solidariedade e calor humano. Quando você vê o rosto das pessoas aqui, agora, com essas novas possibilidades oferecidas, isso vai mudando sua maneira de ver a vida”, enaltece Rosalda.
A sala de jogos e música criada pelo projeto está ajudando a mudar a atmosfera do ambiente hospitalar e virou uma opção de interação dos próprios pacientes, que além de terem sua autoestima elevada, ainda os torna mais cooperativos no tratamento, além de amenizar os impactos psicológicos da internação. A doação de amor ao próximo tem funcionado como uma terapia na luta contra a doença e atuação dos voluntários transforma o ambiente em um lugar de carinho e de laços efetivos, e o bem gerado, é incalculável. A Beneficência Portuguesa em Teresópolis foi fundada pela comunidade portuguesa residente na cidade e presta seus serviços à população desde 1961. Atualmente a Beneficência Portuguesa atende aos clientes do Sistema Único de Saúde, com destaque para as clínicas de Maternidade e Reabilitação, Convênios, Particulares e Consultas Populares em seu ambulatório. A Bené, como é carinhosamente chamada, é conhecida na cidade pela sua forma humanizada de tratar seus clientes. Sua missão e primazia de existência é prestar serviços à população de Teresópolis de maneira Responsável, Humanizada e de Qualidade.

 

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Edição 26/04/2024
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