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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Israel: Ex-moradora de Teresópolis relata a rotina da guerra

Brasileira relata como é o seu dia a dia com a escalada do conflito e a constante ameaça de ataques ao país

Lara Benevenuti *

O conflito em Israel, que recentemente se intensificou com novos ataques e confrontos, tem transformado a vida de milhões de pessoas no país. A escalada de violência entre forças israelenses e grupos militantes, especialmente na Faixa de Gaza, vem resultando em bombardeios, evacuações e uma constante atmosfera de tensão. Sirenes de alerta, abrigos antiaéreos e toques de recolher fazem parte do cotidiano de quem vive no país. Em meio a esse cenário de incerteza, brasileiros que se estabeleceram em Israel compartilham os desafios e a adaptação de viver em uma zona de conflito, como é o caso de Bianca Kestenbaum, ex-moradora de Teresópolis. Ela é carioca, morou em Teresópolis por alguns anos, onde trabalhou como jornalista para O Dia, e há 26 anos escolheu Israel para construir uma nova vida; hoje Bianca trabalha no ramo da importação, e mora em Petah Tikva, uma pequena cidade com pouco mais de 300 mil habitantes, na região central de Israel.
Em entrevista exclusiva ao Diário de Teresópolis, Bianca descreve como é sua rotina nesta realidade de conflito que vem abalando o país. Ela conta que no dia a dia a vida é relativamente normal nas cidades ao redor de Telavive. “Eu vou todo dia para o trabalho, tenho as atividades normais e até consigo me encontrar com meus amigos, pego um cineminha, vou à praia, faço compras”, diz Bianca.
Os ataques do último ano têm acontecido nas cidades que são fronteiras de Israel com o Líbano na parte Norte do País. Um dos maiores ataques a Israel aconteceu na última terça-feira (1), enquanto as forças israelenses realizavam uma incursão no Líbano em uma ofensiva contra o Hezbollah, o Irã respondia com o lançamento de dezenas de mísseis balísticos em direção a Israel. “Os ataques foram muito, muito pesados, era muito míssil, sirene tocando sem parar, e os ‘booms’ a gente tinha certeza que tava atingindo algum lugar”, relata Bianca. Ela detalha que geralmente, quando há alerta de ataque ela e a família ficam entre um andar e outro do prédio que moram para se proteger, e que neste último ataque forte eles precisaram ir para o bunker (estrutura ou reduto fortificado, parcialmente ou totalmente construído embaixo da terra, feito para resistir a projéteis de guerra) para ficarem seguros.
A parte central de Israel tem dias habitualmente comuns, onde as escolas, cinemas, teatros, shoppings, lojas e atendimentos médicos funcionam normalmente. Bianca conta que, por lei, os prédios construídos nos últimos dez anos precisam ter uma sala ou um quarto com portas e janelas reforçadas e paredes muito grossas para que as pessoas possam entrar para se proteger em um momento de ataque; os prédios comerciais, geralmente têm duas salas de proteção por andar.

Rotina diária
A tecnologia de proteção de Israel conta com alarmes de ataques aéreos enviados para celulares avisando para a população procurar o abrigo e se proteger. O exército de Israel entra no sistema de telefonia móvel da população e envia esse alerta de que em, no máximo, um minuto e meio haverá o som das sirenes tocando; todos os rádios e televisões param para a transmissão das sirenes que saem em alto e bom som para toda a população ouvir. “Quando não tem nenhum tipo de alerta, nós temos uma vida relativamente rotineira. A sensação é uma sensação que ainda estamos em guerra, que ainda tem cento e um israelenses como reféns na faixa de Gaza pelo grupo terrorista do Hamas…, mas quem vive no centro do país consegue manter, de uma maneira geral, uma vida bastante rotineira”, afirma Bianca.

Saída do país
Para aqueles que estão pensando ir embora do país, a situação é um pouco delicada no momento, é difícil encontrar passagens já que muitas companhias aéreas internacionais cancelaram os voos para o aeroporto de Telavive, sendo assim não há muitas opções à disposição e os que estão disponíveis são cobrados preços altíssimos muito acima do normal. Apesar da tensão constante, Bianca conta que não tem intenção de ir embora de país. Ela destaca que ir para Israel foi uma opção de vida.
Para ela, a situação atual é temporária, Bianca é esperançosa enquanto ao futuro. “Acredito num futuro melhor, sim. Acho que a população desta região almeja por desenvolvimento, avanços tecnológicos, relações internacionais amistosas e cooperação mútua. Não tenho dúvidas que dias melhores virão”.

Edição 05/10/2024
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