Luiz Bandeira
No próximo dia 22 de outubro, Brasília vai receber um dos jovens mais promissores do Brasil no campo da ciência e tecnologia. Otto Pacheco Mendes, de apenas 10 anos, será homenageado com a Medalha do Programa Caça Asteroides, promovido pela NASA em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A cerimônia acontece no Auditório do Museu Nacional da República, durante a 22ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCT/DF).
Otto, estudante do Centro Educacional Nossa Senhora de Fátima, já havia sido destaque em março deste ano no Diário, por conta de seu altíssimo QI. Agora, volta ao noticiário por um feito ainda mais extraordinário: a descoberta de um asteroide inédito durante um projeto de ciência cidadã da agência espacial norte-americana.
Um achado entre milhares de estrelas
A façanha aconteceu durante sua participação no programa internacional Caça Asteroides, coordenado pela NASA em colaboração com o International Astronomical Search Collaboration (IASC). Os participantes recebem imagens de telescópios — como o da NASA localizado no Havaí — e utilizam o software Astrométrica para analisar os dados em busca de corpos celestes não catalogados.

Foi assim que Otto, com dedicação e olhar atento, detectou um asteroide até então desconhecido. Segundo o pai, Leandro Mendes, a descoberta começou de forma inesperada: “Eu fui chamado como voluntário em uma pesquisa da MENSA, entidade de alto QI. Quando já estava prestes a desistir, o Otto tomou a frente e começou a fazer as observações por conta própria”, contou, emocionado com a conquista do filho.
A descoberta que virou prêmio
O asteroide encontrado por Otto foi validado pela equipe científica do programa e registrado inicialmente como NAM 0006. Durante a cerimônia em Brasília, o objeto deverá receber um nome oficial.
“O Otto decidiu batizar o asteroide com o nome da avó dele. É um gesto bonito e muito significativo”, revelou Leandro. Além do reconhecimento individual, o prêmio destaca o potencial da ciência cidadã, área que envolve a participação de pessoas comuns em projetos científicos reais, com impacto internacional.

Atenção aumentada e curiosidade incansável
Sem formação em astronomia, Otto participou do treinamento oferecido pelo programa e mergulhou no desafio. Para o pai, a conquista está ligada ao perfil do filho: “As pessoas falam muito em hiperfoco, mas no caso dele é uma atenção aumentada. Ele realmente se dedicou. Agora, qual será a próxima conquista dele? A gente vai ter que aguardar um pouco mais”, disse Leandro, sorrindo.
Um programa que conecta o mundo
Gratuito e aberto a qualquer pessoa interessada em astronomia, o Programa Caça Asteroides tem como objetivo despertar vocações científicas e mapear possíveis ameaças ao planeta Terra, como objetos próximos ao cinturão entre Marte e Júpiter. No Brasil, a iniciativa é incentivada pelo MCTI, com grande adesão de jovens estudantes.
Casos como o de Otto, ou da jovem brasileira Verena — que descobriu 25 asteroides durante a pandemia — mostram que o céu não é o limite, mas apenas o começo. Aos 10 anos, o menino de Teresópolis já integra o seleto grupo de brasileiros que contribuíram diretamente para a ciência global.

Casa da Inovação abre portas em Teresópolis
Em Teresópolis, a Casa da Inovação, localizada no bairro Beira-Linha, quer ampliar o acesso a projetos como esse. A proposta dos coordenadores é apresentar a iniciativa a jovens da comunidade e incentivar a participação em futuras missões de ciência cidadã em parceria com a NASA.