Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
A Justiça do Rio está julgando o ex-governador Sérgio Cabral e a mulher dele, Adriana Ancelmo, pelo uso de helicópteros da frota do governo do estado para fins particulares. Nesse período, foram feitos quase 2.300 voos particulares de helicóptero, a maioria deles para a casa do ex-governador em Mangaratiba, na Costa Verde.
Na primeira audiência, feita hoje (26), foram ouvidas as primeiras sete testemunhas de acusação. Por solicitação dos réus, Cabral e Adriana foram dispensados de participar das audiências de depoimentos das testemunhas.
O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, designou para o próximo dia 19 de julho, às 14 h, a continuação da audiência de instrução e julgamento da ação movida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro contra o ex-governador Sérgio Cabral e a esposa, Adriana Ancelmo, acusados pelo crime de peculato, pelo uso particular de helicópteros do governo do estado para transporte de familiares, funcionários, políticos e amigos.
Voos para Mangaratiba
O Ministério Público estadual acusa Cabral de ter utilizado o helicóptero, pelo menos, em 2.281 voos particulares, durante seus dois mandatos como governador do estado (2007- 2010 e 2011- 2014).
Pelo mesmo crime, a ex-primeira-dama foi acusada de utilizar os helicópteros para voos privados, pelo menos 220 vezes. A maioria dos voos, segundo o MPRJ, tinha como destino o condomínio Portobello, em Mangaratiba.
Na audiência de hoje, prestaram depoimento como testemunhas seis pilotos de helicópteros que trabalhavam na época em que Cabral era governador e o procurador regional da República aposentado, Cosmo Ferreira, autor da ação civil pública, ajuizada em 2013, pedindo o ressarcimento ao erário dos recursos gastos por Cabral com voos irregulares.