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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Lixão: Combate aos focos de incêndio é feito diariamente

Meio Ambiente explica procedimento que tem sido realizado para remediar grave situação

Luiz Bandeira

Após reclamação de moradores vizinhos ao lixão do Fischer, que alegam continuar sofrendo com a fumaça resultante da queima dos resíduos no antigo aterro, a reportagem do jornal O Diário e Diário TV conversou com o secretário municipal de Meio Ambiente, Flávio Castro, para entender o que vem acontecendo, já que o incêndio foi dado como extinto. Segundo Castro, a persistente queima do lixo depositado no espaço às margens da BR-116 e que vem causando transtornos diários, sobretudo à população que mora mais próxima do aterro, só deve cessar de vez quando todo o lixo for aterrado. “A gente ainda tem uma área muito grande descoberta, foram muitos anos que o lixo foi depositado aqui sem cobertura, então o apodrecimento dele, por si só, gera gás, a gente tem muita quantidade de gás e o apodrecimento também gera o aumento de temperatura, então se você tem a oxigenação, o aumento de temperatura e o gás, há chance de ter combustão, aí como teve uma combustão e tem muita matéria orgânica aqui dentro, muita madeira, essa madeira fica pegando fogo ali devagar e enquanto a gente não conseguir finalizar a cobertura de todo o lixo ela vai pontualmente aparecer um foco aqui, um foco mais à frente, volta depois e a gente está trabalhando nessa contenção”. Flávio Castro reforçou que o Meio Ambiente vem monitorando a situação do aterro e garante que com o aterramento o fogo vai acabar. “Surgiu um foco, a gente vai lá combate, enterra, aí passa mais alguns dias aparece em outro lugar, como está acontecendo hoje. O pessoal do Corpo de Bombeiros já está vindo, o pessoal da prefeitura já sabe o que tem que fazer e no final do dia está zerado aí amanhã é outro dia. Mas isso tudo ocorre porque o terreno ainda não está totalmente coberto, no dia que ele estiver totalmente coberto não existe mais chance de ter espaço para inflamação, sem contato com oxigênio não tem fogo”, pontuou.
O secretário explicou ainda que atualmente o espaço só recebe terra, que é utilizada para a cobertura do lixo. “A gente fez um licenciamento de um bota fora aqui na cidade, então todo o material de resíduos da construção civil, poda, está indo para esse bota fora na Prata. Tem outro dois em licenciamento isso alivia muito a pressão aqui dentro do aterro, aí aqui no aterro a gente está recebendo o lixo comum, de casa, para fazer o transbordo. Todo o lixo que chega de residência é feito o transbordo dele para Nova Iguaçu hoje e terra da construção civil aqui de Teresópolis vem todo aqui para o aterro e essa terra é que a gente está usando para fazer a cobertura do material que está exposto ainda”.

Um mês após o incêndio no lixão, a equipe do jornal O Diário de Teresópolis voltou no local

Recurso para resolução do problema
Os recursos garantidos pelo município junto ao FECAM (Fundo Estadual de Conservação Ambiental), cerca de R$ 5 milhões, serão destinados, parte para ações emergenciais e outra parte para o “projeto executivo” de remediação definitiva da área contaminada por resíduos da coleta de lixo doméstico do município. “O quê que é fazer a remediação definitiva? É o tratamento do chorume por completo, é a queima dos gases por completo e o retaludamento todo, calha de drenagem de água pluvial, gramado, vai ser tudo gramada aqui em cima e aí finalizar de vez o aterro, aí fica só monitorando a estabilidade do solo, a quantidade de gases que está sendo produzido, pois a tendência é de que nos próximos 30 anos ainda esteja produzindo gás, e o tratamento do chorume será diário. Esse é o recurso e os prazos estão entre, para fazer o projeto executivo quatro meses, para começar as obras em torno de dois meses, mas as obras definitivas mesmo, de grande porte, para o ano que vem”, explica Castro.
Os recursos do FECAM são oriundos dos royalties do petróleo atribuídos ao Estado do Rio de Janeiro, cabendo ao FECAM 5% do valor relativo à extração na camada pós-sal e 5% na camada pré-sal. Também constituem recursos do FECAM o resultado de multas administrativas aplicadas e condenações judiciais por irregularidade constatadas pelos órgãos fiscalizadores do meio ambiente.

Registro feito na tarde desta quarta-feira, 26, revela que, por hora, não há foco de incêndio no lixão

Saúde atende população local
Por conta do tempo de exposição da população à fumaça tóxica, a secretaria municipal de Saúde ainda recomenda o uso de máscaras e mobilizou equipes para minimizar os danos à saúde da população local, deslocando uma unidade móvel da secretaria, como anunciou em entrevista ao Diário a secretária municipal de saúde, Dra. Clarissa Guita. “Nós recomendamos inicialmente o uso de máscaras pela quantidade de partículas queimadas que ficam dispersas no ar e sabemos que esses problemas pulmonares e respiratórios são dependentes da quantidade dessa fumaça inalada e de acordo com o tempo de inalação dessa fumaça. Então em um primeiro momento nós orientamos a máscara para todos naquele momento que estava aquela dispersão de fumaça na cidade inteira, agora a gente recomenda a utilização das máscaras nas proximidades aqui do Fisher”. A secretária informou ainda que a unidade móvel está atendendo a população do Fischer de 08:30h às 17:00h com médico, enfermeiro, dentista. “Colocamos também os Postos de saúde da Família ao redor, que são os postos da Fonte Santa, Ermitage e Quinta-Lebrão para fazer um apoio maior. Esses postos inclusive, o de Quinta Lebrão e Fonte Santa estão fazendo busca ativa nas casas”, informou a médica.

Do alto da montanha de lixo tem-se noção do tamanho do impacto ambiental que a negligente administração pública municipal causou


Edição 23/11/2024
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