Marcello Medeiros
Problema que se arrasta há anos, gerando passivos ambientais para o município e prejuízo para a população, o lixão do Fischer pode voltar a funcionar como aterro sanitário tendo como referência um sistema aplicado no nordeste brasileiro e destaque no país. No início da semana, o prefeito Leonardo Vasconcellos e o secretário municipal de Meio Ambiente, Coronel Leonardo Maia, estiveram em Caruaru, Recife, para conhecer o Centro de Tratamento de Resíduos do município (CTR-Caruaru). “Esse é um dos melhores tratamentos de resíduos do país, que faz a destinação do lixo da maneira como deva ser. Estamos aqui para aprender, para entender como funciona e fazer com o que o nosso lixão se torne um aterro”, explico Leonardo em vídeo divulgado nas suas redes sociais. “Estamos conhecendo um local que é um modelo para o país, para aplicar em mais uma etapa do nosso projeto Teresópolis Sustentável”, completou Maia.

Em 2017, com o aterro sanitário a beira de um colapso, a prefeitura de Caruaru lançou um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, criando a coleta seletiva e construindo um galpão de triagem que gera emprego e renda para catadores de lixo, além de promover a compostagem orgânica e a diversificação da produção da agricultura familiar. Poucos anos depois, veio a usina de biogás – a primeira do Nordeste. Por meio de parceria da Central de Tratamento de Resíduos com a iniciativa privada, o gás gerado pela matéria orgânica enterrada no aterro sanitário passou a produzir energia elétrica. Com essas e outras ações, em 2021 o município ficou em 1º lugar no Ranking de Competitividade dos Municípios 2021 no indicador de destinação do lixo.

Lixão do Fischer, um amontoado de problemas
A história do lixão do Fischer, outrora aterro sanitário e que nos últimos anos gerou muitos e sérios problemas para Teresópolis, vive de capítulos sombrios. No final do mês de janeiro passado, foi realizada uma reunião envolvendo representantes do governo municipal, representado pela secretaria de Meio Ambiente, e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) para tratar da mudança no sistema que vem sendo realizado no local. “O lixão do Fischer está passando por importantes reestruturações. O local está sendo reformulado com diretrizes necessárias para que a operação de transbordo dos resíduos sólidos para o aterro sanitário licenciado ocorra de forma mais eficiente, cumprindo as exigências do contrato estabelecido com a empresa que presta o serviço no município e as determinações judiciais”, informou a Prefeitura naquela ocasião.
Em visita a Teresópolis em fevereiro, o Governador Cláudio Castro anunciou a liberação de R$ 5 milhões do Fecam (Fundo Estadual de Controle Ambiental) para a elaboração de um projeto executivo e na execução de obras de remediação do local – deixando então o município de pagar para que o lixo seja transportado para outros municípios, ação que teve início no governo Vinicius Claussen. Transformado em um lixão após anos de abandono e falta de cuidado, o antigo aterro foi fechado por ordem judicial após um incêndio, em junho de 2023. “Depois do incidente, a Prefeitura de Teresópolis deu início ao transbordo dos resíduos sólidos para um aterro sanitário licenciado”, informa a PMT, que agora pretende retomar a utilização do local de maneira organizada, mas para isso depende do estudo técnico que deve ter início em breve.
Teresópolis recolhe 180 toneladas dia e deste peso, 40 toneladas são geradas pela construção civil, o restando lixo de poda e lixo domiciliar, estes atualmente levados para fora do município. Apesar de não ter sido informado pelo governo municipal, outro programa que precisa ser reforçado é o de coleta seletiva – que permite a redução do volume de resíduos no Fischer e ainda promove renda para quem trabalha com material reciclável.