Marcello Medeiros
Há cerca de duas semanas, O Diário alertou sobre a situação do atraso na coleta de lixo na Rua Júpiter, na Fonte Santa, que segundo moradores não é suficiente para atender à grande demanda da comunidade. Quase 20 dias depois, nada mudou e o problema ficou ainda maior: uma espécie de “casinha” construída para abrigar os latões onde são depositados os resíduos domésticos foi demolida e o descarte das sacolas diretamente no canto da via tem contribuído para acesso mais fácil de animais, como cães, por exemplo, que têm espalhado o lixo por toda a via diante do insuficiente cronograma de recolhimento da empresa terceirizada pelo município para a realização do serviço.
Um morador próximo ao depósito de restos teria sido o responsável pela destruição da já precária estrutura. O motivo para tal não foi informado. “O que já era ruim, ficou ainda pior. É uma vergonha todo esse lixo espalhado aqui. O caminhão não dá conta, não passa o número de vezes suficiente e os cachorros acabam rasgando as sacolas e deixando tudo pela rua”, relatou ao Diário uma moradora, citando ainda a proliferação de vetores de doenças como ratos e mosquitos.
Outro vizinho também citou, em mensagem encaminhado para o WhasApp da redação (2742-9977), esse preocupante risco de saúde. Porém, ele alertou também que a maioria da vizinhança não respeita sequer o dia de coleta, contribuindo assim para a desordem no local. Nesta quinta-feira (04), cobramos um posicionamento do governo municipal sobre o assunto. Em nota, divulgada pela Assessoria de Comunicação, foi informado “que será feita vistoria no local para avaliar a situação e tomar as providências necessárias”.
A culpa é de quem?
Mesmo empiricamente é fácil perceber que mudanças precisam ser realizadas no sistema de coleta de lixo do município. Um bairro com 10 mil moradores não pode receber o mesmo número de visitas do caminhão de coleta que o mesmo onde residem duas mil, só para citar um dos exemplos de uma necessária atualização. Mas, além desse evidente novo pensamento em relação à demanda das comunidades, a população precisa fazer a sua parte. Uma regra básica para se evitar lixo espalhado em via pública não é respeitada por boa parte das pessoas: só colocar as sacolas ou qualquer outro tipo de embalagem em via pública no dia que passa o caminhão da empresa terceirizada pelo governo municipal – a mesma há várias gestões, aliás. Dessa forma, se diminui as chances de um animal destruí-las e espalhar os resíduos pela rua. Outra necessidade de investimento é na coleta seletiva. Além de contribuir com o meio ambiente e promover a geração de renda, ela diminui a quantidade de lixo que precisa ser recolhida e levada para o outrora aterro, hoje lixão do Fischer.