André Oliveira
Assim como aconteceu na sessão anterior, a reunião ordinária dos vereadores de Teresópolis realizada neta terça-feira, 20, foi marcada por diversos pedidos de informação encaminhados da Câmara para a Prefeitura. Os vereadores voltaram a solicitar uma saraivada de questionamentos nas áreas de Fazenda, Turismo, Serviços Públicos, Administração, Desenvolvimento Social, e também de serviços como coleta de lixo, iluminação pública e manutenção de ruas. Os pedidos não se concentram no vereador A ou B, mas são mesclados e parte de praticamente todos os componentes da atual legislatura.
A única ausência da sessão desta terça-feira foi a do vereador Ronny (PHS). Todos os demais vereadores participaram da reunião. A cada leitura das iniciais dos processos de pedido de informações, os políticos falavam para justificar a requisição ou mesmo para justificar seu posicionamento. Todos os pedidos foram aprovados por unanimidade.
“A gente quer saber o que está acontecendo”
Depois da sessão o vereador Da Ponte (PSDB) deu a sua leitura sobre esse crescente número de pedidos de informações ao prefeito. “A gente trabalha e só quer saber o que está acontecendo. Não se vê nada na cidade. Nosso município está jogado às traças, é buraco para todos os lados, iluminação inexistente, cidade toda apagada, Saúde sem medicamentos. O povo não tem que pagar pelos problemas, o prefeito tem que fazer a obrigação dele, as pessoas colocaram ele lá pra isso. Só que tá tudo largado, onde você anda tem matagal, buraco… Como tocar a cidade assim?”, questiona. “Os vários pedidos de informações que fazemos não dão em nada, nada acontece. Mesmo assim mostramos pro povo que estamos pedindo, lutando pra ter uma cidade melhor e que, quem não faz nada, é o prefeito. A gente pede e ele não faz”, lamenta o político, que lembra das denúncias que partiram do próprio Tricano contra ele e outros pares. “Enquanto isso, ele [Tricano] fica querendo fazer chantagem com gravações, coisas do passado, coisas que vereadores escutam nos bastidores e falam. Todos são propícios ao erro, vereadores escutam conversas fiadas, falam, mas não tem nada que ele prove de concreto contra qualquer um aqui na Câmara. Ele tá querendo tirar o problema dele e colocar pra cima dos vereadores, só que agora a população sabe que quem resolve os problemas, faz, executa, é ele. A gente prova isso com esses pedidos de informações, pra saber o que está sendo feito com o dinheiro”, finaliza.
Comissão Processante
Responsável pela leitura das iniciais dos processos, o vereador Tenente Jaime (PTB) também falou sobre os pedidos de informações. “Isso não é novidade. Esse é o papel do vereador, pedir informações, fiscalizar, cobrar do Executivo. Então só causou certo espanto porque houve um número maior, mas vamos continuar fazendo nosso papel de vereador que é representar o povo e cobrar. O povo quer saber. Os pedidos que saíram daqui não vieram do nada, tudo contou com estudo e com informações obtidas antes de montar os pedidos. A demanda foi bem maior, mas estamos trabalhando e vamos continuar assim, fiscalizando, cobrando do Executivo para que ele faça a parte dele e nós façamos a nossa”, justifica
Ao mesmo tempo em que sobrecarregam a Prefeitura com os pedidos de informações, os vereadores mantém os olhares voltados para o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro onde deverá ser julgado nesta quarta-feira, 21, o recurso apresentado pelo Prefeito Mario Tricano que questiona a isenção de alguns vereadores no julgamento do relatório da Comissão Processante. O vereador Tenente Jaime é o presidente da CP que investiga e pode cassar Tricano. Ele confirma o quadro atual.
“Na realidade a Comissão Processante já seu deu por encerrada, inclusive o Judiciário já teve ciência desse quadro. Nós tínhamos 90 dias, terminamos antes do prazo e já demos o nosso parecer. Agora aguardamos. Nessa quarta-feira, 21, existe uma ação do denunciado no Tribunal de Justiça, o qual vai ser julgado as 13h. Vamos aguardar a decisão desse Tribunal. Provavelmente na quinta feira (22) já tenhamos alguma novidade com relação a essa ação para que seja marcada a sessão de julgamento do denunciado”, finaliza.
Em relação aos pedidos de informações, a Prefeitura tem prazo legal de 15 dias – prorrogável por outros 15, para responder às solicitações encaminhadas pelos vereadores. Se não responder, comete crime de responsabilidade. A próxima sessão ordinária da Câmara acontece nesta quinta-feira, dia 22 de fevereiro.
Vereadores Professor Leonardo e Dedê da Barra, da bancada do PMDB, observar as justificativas dos pares durante a sessão da Câmara