Quem costuma passar pelo início da rodovia Teresópolis-Friburgo não tem como não reparar que a estrada vira um tremendo lamaçal em trecho na localidade de Albuquerque, próximo a um radar. Todo o barro vermelho que toma a pista e inclusive causar acidentes vem da parte alta da localidade, vizinha à RJ-130, de estradas com a México, onde foi necessário que os moradores se unissem para tentar resolver o problema. Porém, apesar de a população ter desembolsado aproximadamente R$ 60 mil para comprar todo o manilhamento necessário para realizar o escoamento adequado dessa e de outras vias, permitindo em seguida a colocação de camada asfáltica, até hoje a gestão Vinicius Claussen não concluiu o serviço. Oito meses depois do início das obras, as ruas estão quase intransitáveis e tudo indica que será mais um problema para o próximo prefeito, Leonardo Vasconcellos, resolver a partir do próximo ano.
Em abril passado, a reportagem do Diário esteve no local para conversar com um representante da comissão de moradores sobre o início das obras. “Essa parceria partiu de um grupo pequeno de moradores para tentar solucionar não só os problemas das águas que escoam pelas ruas de cima, mas também pelo transtorno que ela causa para a RJ-130. Foi realizada uma reunião com intuito de fazer algum tipo de arrecadação ou pelo menos dar um pontapé inicial para que começasse essas obras. Com isso, a Prefeitura se prontificou em doar toda a mão de obra, disponibilizando máquinas e também os trabalhadores. O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) se prontificou em fazer toda a parte de atravessar a RJ-130 e daqui em diante nós retornaremos novamente com o DER e com a prefeitura para fazer a ligação no outro lado da rua chegando até o córrego na rua de baixo, que também é muito afetada com as águas daqui de cima”, relata à época o morador Armando Miguel.
Na ocasião, ele falou também sobre a importância de realizar o manilhamento para garantir o direito constitucional de ir e vir e a prestação de serviços essenciais. “O nosso acesso em dias de chuva ficava intransitável, não dá para subir e nem descer, principalmente nas chuvas fortes de Verão. Nessas ocasiões descia muito barro e muita pedra, era uma situação precária. Tudo isso prejudica não só os moradores, mas também, entrega de material, coleta de lixo, subida de carros de emergência, entre outras coisas. Estamos esperançosos que após essas obras nosso acesso seja finalmente digno e que assim esse sofrimento de anos será resolvido”, relatou Armando, sem imaginar que o ano chegaria ao fim sem a solução desses problemas.
Justificativa da prefeitura
Nesta quarta-feira (18), cobramos do governo Vinicius Claussen um posicionamento sobre o desrespeito sobre o prazo de conclusão das obras. Em nota, encaminhada para a redação através da Assessoria de Comunicação da PMT, foi confirmada parceria com moradores, DER e com a concessionária de água que substituiu a Cedae, além de informar porque os moradores de Albuquerque ainda têm que andar na lama: “Em determinado momento, houve uma pausa temporária nos trabalhos devido à necessidade de a Enel autorizar a mudança de local de dois postes próximos da galeria. Para não prolongar a interrupção, a obra foi retomada com outro percurso, sem a necessidade de mudança dos postes. Porém, as chuvas frequentes na região atrasam o ritmo do trabalho, dificultando a previsão de um prazo para a sua conclusão”, se justifica a “gestão”.