Equipe do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro esteve em Teresópolis nesta quarta-feira, 27, para a retirada de um mapa guardado há cerca de dois anos no acervo da Casa da Memória Arthur Dalmasso. O precioso bem histórico conduzido ao Rio de Janeiro para restauro pela responsável do serviço de conservação e processo técnico, Gláucia Vaz, e Maria Julia Faisal Cardoso, coordenadora de preservação do acervo, é a planta número dois do conjunto de mapas que o engenheiro agrimensor Edward Laplane fez, 150 anos atrás, para o levantamento topográfico das terras remanescentes da fazenda Santa Ana do Paquequer, depois de 1845 vendidas em grandes lotes, para o surgimento da freguesia de Santo Antônio, ou Teresópolis.
A prancha dois do mapa de Laplane será o terceiro mapa restaurado pelo Arquivo Nacional para a Casa da Memória Arthur Dalmasso. As outras duas, mostrando as regiões e fazendas desde a Prata e o Meudon, e regiões próximas à Várzea, já haviam sido restauradas em 2013, e estão à disposição de pesquisadores também em formato digital. Propriedade do cidadão Francisco Barthel, dono da Fazenda Casa Branca, que chegou às mãos do médico e historiador Antônio Sumavielle, os dois primeiros mapas haviam sido doados ao município pelo médico José da Silva Pereira à Casa da Memória em 2011, e a terceira prancha, há pouco tempo encontrada, também foi doada pelo médico, três anos atrás, ao diretor da Casa da Memória Rafael Corrêa no lançamento do livro “Viagem ao Passado”, do então ex-secretário de Cultura Wanderley Peres.
“Todos os preciosos guardados do médico Antônio Sumavielle foram doados ao Pró-Memória Teresópolis pelos amigos Iza e José Pereira justamente ao tempo em que os mapas foram doados à municipalidade. E, levantando o rico acervo, encontrei esse mapa, perdido entre tantos outros, e devolvi ao Pereira, para que fizesse a entrega, pessoalmente, à Casa da Memória. O doutor Pereira é uma pessoa de grande generosidade, e as informações reveladas nos seus dois mapas que foram restaurados pelo Arquivo Nacional em 2013 tem servido a diversas pesquisas. Agora, além de ficar restaurada e preservada, essa outra prancha vai ser ainda mais útil, porque mostra a Várzea, já bastante povoada 150 anos atrás”, comemorou o secretário Wanderley Peres, que fez contato com o Arquivo Nacional pedindo o restauro do novo mapa assim que reassumiu a pasta da Cultura em janeiro deste ano.
Pigmentadas em tons de azul, as cartas medem 1,50cm por 1,20cm e mostram algumas fazendas que ocupavam o município entre 1875 e 1880. As plantas foram encomendadas pelo engenheiro Antônio Luiz da Cunha Bahiana, que havia acabado de adquirir uma enorme propriedade no local, que pertencia ao fazendeiro José Ribeiro Lousada”, lembrou ao jornal O GLOBO, em 2013, a então chefe do serviço de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura de Teresópolis, Regina Rebello.
“As terras de Bahiana ocupavam quase todo o município e os mapas nos dão uma visão exata de como era a Teresópolis de 1880. Nas cartas, é possível ver as montanhas e florestas que ocupavam os bairros do Alto, Comary, Meudom e Hermitage, inclusive com marcações de olarias e pequenos moinhos”, informou.
