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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Marcelo Freixo em entrevista a O DIÁRIO em Teresópolis

Demonstrando bom conhecimento da região Serrana, deputado federal enumerou o que considera ideal para o crescimento da economia de Teresópolis

Luiz Bandeira
Eleito deputado federal com 342.491 votos, 1.827 deles em Teresópolis, sendo o oitavo mais votado no município e o segundo no estado, o ex-deputado estadual Marcelo Freixo esteve nesta segunda-feira, 25, na sede do jornal O DIÁRIO para participar do Programa Hélio Carracena. Recebido pelo jornalista Wanderley Peres, conheceu as instalações do jornal e da tevê, e da rádio Diário, que em breve entra no ar, na rua Carmela Dutra, 765, conversando também com apoiadores que souberam da sua visita ao jornal e o esperavam no auditório. O professor elogiou as instalações, se interessou sobre problemas locais que presenciou, ouvindo mais sobre eles, e foi presenteado com um livro “Conhecendo Teresópolis”, que conta a história do município, observando a necessidade de se incentivar a matéria de história municipal nas escolas. Após a participação no programa de tevê, o deputado, que é pré-candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro pelo seu novo partido, o PSB, falou à redação do jornal sobre agricultura, turismo, segurança pública, habitação e, naturalmente, sobre a sucessão ao governo do estado do Rio de Janeiro.


Representatividade
“É muito importante, porque o Rio de Janeiro tem uma característica diferente de São Paulo e de Minas que aqui você tem uma concentração populacional muito grande na área metropolitana, você tem mais de 70% da população do estado do estado do Rio morando na Região metropolitana. Então o interior acaba que fica muito abandonado, falta política pública, é um absurdo a agricultura no Rio de Janeiro ser responsável só por um por cento do PIB. Então eu acho que sair da Região Metropolitana, ir no interior, conhecer, como eu estou agora na Região Serrana e ouvir as pessoas, ouvir os professores, ouvir os agricultores, ouvir quem trabalha no comércio no serviço, ouvir essas pessoas é muito importante no que diz respeito à quê tipo de política pública você precisa ter aqui. Quando você vem aqui você vê que a juventude, por exemplo, está sem assistência devida, que falta política cultural, que você não tem uma universidade pública, mas você também escuta que você não tem um hospital público, só tem privado. Você tem que ir nos lugares, você tem que conhecer as pessoas, tem que ouvir as pessoas pra saber de que maneira você pode levar para o exercício parlamentar ou para uma disputa de governo, o quê que as pessoas realmente precisam”.

Deputado Federal Marcelo Freixo na redação do jornal Diário nesta segunda-feira


Agricultura
“Eu acho que tem muita coisa pra fazer em relação à produção agrícola, primeiro o incentivo a esse agricultor, que é fundamentalmente agricultura familiar ou pequena e média propriedade. Você tem que ter um estímulo à essa produção que é muito importante. Teresópolis não tem um Ceasa local, você tem que se deslocar até Irajá, que o Ceasa de lá, Friburgo tem, então pensar na possibilidade de ter um Ceasa aqui, até pra quê a arrecadação do município aumente, é muito importante. Melhorar a estrada, agora a gente está tendo o recapeamento da Teresópolis-Friburgo, mas aparenta ser uma obra muito eleitoral, sem drenagem, uma capa de asfalto muito fina, você tinha que estar duplicando aquela estrada, fazer um investimento adequado e as estradas vicinais, às que levam até a BR que estão em péssimas condições e muitas vezes você tem uma boa produção, mas você não tem como escoar sua produção por causa da qualidade das estradas. Então é muita coisa que você pode fazer, as escolas agrícolas, hoje você só tem quatro escolas agrícolas, uma delas até em Teresópolis, mas você só tem quatro escolas agrícolas funcionando no estado inteiro, então estas escolas agrícolas podiam fazer com que esses jovens, essa família do campo tivesse melhores condições de ficar no campo e também produzir técnica agrícola para ser usada na própria agricultura. É uma quantidade enorme de ações concretas que o poder público pode e deve fazer”.


Turismo
“Primeiro a gente precisa colocar o estado do Rio no século XXI. A agenda climática, a agenda ambiental, o turismo que você pode desenvolver nessa região, você tem o Parque Nacional (PARNASO), você tem o artesanato, você tem a Região Serrana como um todo que é uma região belíssima de uma mata belíssima, você tem que desenvolver o chamado Ecoturismo, você pode trazer gente pra cá, você pode ter uma agenda de Ecoturismo o ano inteiro onde aqueça o sistema de pousadas de hotéis e de restaurantes da região, isso é um ativo econômico, agora é uma agenda que o governo do estado pode ajudar a prefeitura, o governo do estado pode não só divulgar como pode criar uma agenda que traga gente do Brasil inteiro, que traga gente do mundo inteiro pra algo que o século XXI tá pedindo que é a responsabilidade climática ambiental”.


Moradias em áreas de risco
“Primeiro que a gente sabe que esse não é um problema simples, não adianta qualquer um aparecer aqui e dizer que vai resolver de forma fácil, porque são milhares de famílias morando em áreas que não poderiam jamais estar sendo habitadas porque são áreas de risco, famílias pobres e famílias ricas, porque têm construções de todos os tipos em áreas irregulares, em áreas de risco, principalmente as pessoas pobres porque não têm opção. Agora o projeto “Minha Casa Minha Vida”, que foi muito bem sucedido no governo Lula, ele tem que ter uma versão específica pra Região Serrana, porque o Minha Casa Minha Vida pra Região Serrana significa você construir alternativa de moradia em lugares seguros e isso tem que estar no próprio planejamento do projeto, acho que isso é uma coisa fundamental para o próximo Presidente da República, para o próximo Governador pensarem pra cá”.


Combate às milícias
“Olha, eu presidi a CPI das milícias em 2008, essa CPI que eu fui o presidente levou à prisão 240 milicianos, todos os líderes de milícia foram presos naquele momento, mas o que você tem que fazer é mexer no poder econômico do crime, tem que ter coragem pra fazer isso. A autoridade é filha do exemplo, você tem que ter coragem, você tem que meter a mão e dizer: _ eu vou enfrentar o crime. Isso é o quê os governadores atuais do Rio de Janeiro não tem e não tiveram. Você tem que mexer onde eles ganham dinheiro, você tem que mexer no domínio de território, tem que mexer no transporte alternativo, você tem que mexer no controle de internet, você tem que mexer de onde vem o dinheiro do crime. Então prende os líderes das milícias, isso nós fizemos na CPI, mas tem que mexer na fonte de recursos desse crime, isso ainda não foi feito desde a época da CPI”.


Como unir o estado?
“O Rio tem que ser reerguido, tem que ser colocado de pé. Não é possível você ter uma recuperação do Brasil sem uma recuperação do Rio de Janeiro, e reerguer o Rio de Janeiro é tarefa de muitos. Então eu estou conversando com empresários, policiais, com evangélicos, com católicos, a gente tem que ter uma grande unidade, uma grande união de todo mundo que respeita a democracia, que respeita a lei, que respeita o diálogo e é isso que a gente precisa, trazer o investimento, emprego e renda. Muita gente quer isso, a disputa no Rio de Janeiro não é entre direita e esquerda, a disputa no Rio de Janeiro é entre civilização e barbárie, entre futuro e atraso e quem é comprometido com o futuro, que é comprometido com a vida tem que estar junto”.

Edição 05/12/2024
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