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Quando a gente fala de história e tem Teresópolis como referência, não precisa buscar longe, porque existe Wanderley Peres. Ele conhece cada palmo “deste chão”, cada vírgula da história da cidade. Todas as vezes que me encontro com ele, aprendo. Ele está para colocar outro livro na praça, agora com a história das eleições na cidade. Já há, dele também, a história dos vereadores.
Sou um tanto atrevido. Hoje, com 68 anos de idade, um pouco menos. Mas, este atrevimento de vez em quando sai do controle e por isso, no artigo de hoje, faço um pequeno passeio pela história política da cidade para dar um palpite.
Passei a residir em Teresópolis em 1982. Vim de Brasília, designado pelo governo federal para representá-lo na eleição daquele ano, a primeira para governador do estado, após o golpe parlamentar e militar de 64. A turma do golpe foi soltando as amarras aos poucos e para conceder a eleição direta para governadores, fez coincidir os mandatos dos deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores.
A eleição de 1982, em todo o Brasil, foi coincidente e vinculada. Os eleitores foram chamados para escolher o governador, o senador, os deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores. E o voto só seria válido se praticado em candidatos do mesmo partido. Celso Dalmaso foi eleito prefeito da cidade e o mandato dele com prazo de seis anos, porque, para ajuste do calendário eleitoral, foi prorrogado por mais dois anos.
A política na cidade tinha um jeitão diferente daquele praticado a partir da campanha de 1988, quando entrou em cena um personagem novo, vindo de fora, da Baixada Fluminense, o advogado Mário Tricano. A política de compadres, com campanhas matreiras e lideranças pertencentes às famílias tradicionais, cedeu lugar para a política de clientelismo e subordinação. Mário Tricano é um político polêmico e de personalidade forte, tipo que cultiva amor e ódio. Ninguém passa por ele com indiferença.
O perfil moldou também, aos poucos é verdade, a Câmara Municipal, quando aliados do Mário Tricano começaram a compor o quadro. No entanto, o povo elegeu, no mesmo momento, um médico que poderia interromper o processo de alteração do perfil político da cidade, Dr. Luiz Antônio Dantas Ribeiro. Vereador mais votado da cidade, ele mostrou potencial de votos para ser eleito prefeito da cidade no pleito seguinte, mas preferiu partir para a reeleição, quando, novamente, foi o mais votado. Naquela eleição, a maioria da população tinha a expectativa do retorno do engenheiro Celso Dalmaso. Poderia ter acontecido, não fosse uma filigrana jurídica denunciada por seu principal adversário. Como o eleitor tinha vontade de fazer a cidade voltar ao perfil de antes, elegeu Luiz Barbosa. Alguns episódios ocorridos na campanha desgastaram a imagem do político Mário Tricano, que, no entanto, se recupera, porque coloca na posição de candidato a Vice-Prefeito, um dos fortes braços da oposição. Adiante, faz o mesmo com o outro braço, Luiz Ribeiro.
Depois disso, a política em Teresópolis tomou um rumo bem ruim, até que o povo decidiu retomar o processo de depuração do modelo político centrado na liderança do político Mário Tricano e elegeu o atual prefeito, Vinicius Claussen. Ele aproveitou uma onda que já se formava no meio do oceano de novidades na política, fez a campanha com imagem de outsider – estranho no ninho político – e foi eleito. Curiosamente, contra Luiz Ribeiro, detentor da primeira esperança do povo da cidade de interromper o ciclo Tricano.
Vinicius Claussen é de família tradicional da cidade, inclusive na política. Wanderley Peres registra no livro “Câmara Municipal”, onde está a história dos vereadores da cidade, a existência do vereador Henrique Fernando Claussen, que presidiu a Câmara algumas vezes. E além do Henrique Fernando, houve outros Claussen na política.
Sabe-se que Mário Tricano quer retornar. Com a palavra o Prefeito Vinícius Claussen, que deveria na eleição deste ano estimular o aparecimento de novas lideranças políticas com raiz em Teresópolis, para a disputa de vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.