Acreditando que receberia um sofá como doação, após ver um anúncio no setor de classificados da rede social Facebook, uma moradora do bairro de Paineiras, em Teresópolis, acabou ficando no prejuízo em R$ 170. Segundo relato da vítima na 110ª Delegacia de Polícia, a pessoa que anunciava a doação era sua amiga, mas que para entregar o sofá ela teria que pagar esse valor como frete. Porém, depois de realizar a transferência via Pix, a moradora de Paineiras começou a ter dificuldades de contato com a suposta benfeitora. Em contato com uma terceira pessoa, conhecida em comum das duas, ela descobriu que tal amiga havia tido o celular clonado e que estavam aplicando golpes utilizando suas redes sociais. No depoimento prestado em sede policial, a moradora de Paineiras informou os dados da conta que recebeu os R$ 170.
É MUITO GOLPE – Hoje, usando um computador ou um simples telefone celular, a quilômetros de distância dos lesados e consequentemente também da polícia, os estelionatários praticam diariamente dezenas de tipos de golpes em todo o país. Diante dessa facilidade, é cada vez maior o número de casos registrados nas delegacias de polícia. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP-RJ), somente entre janeiro e maio de 2024 foram 644 comunicações de casos de estelionato em Teresópolis, uma média de 4,2 notificações por dia. Ampliando para um período maior, a média é basicamente a mesma. Em todo o ano passado, 1496 moradores do município estiveram na 110ª DP para comunicar terem sido vítimas de algum tipo de golpe, enquanto que em Nova Friburgo, que tem índice populacional parecido, esse número chegou a 1324. Nos primeiros cinco meses do ano, porém, o município vizinho superou Teresópolis, com 838 registros de estelionato. A grande maioria dos casos envolve transações realizadas virtualmente, seja por aplicativos de conversa ou sites falsos, para onde as pessoas são direcionadas após propagandas em redes sociais, por exemplo. É preciso ficar muito atento. Também no começo da semana, foi registrada em Teresópolis outra modalidade que tem ocorrido com frequência: o golpista anuncia um veículo que não é seu, replicando fotos e informações da propaganda original, e quando surge um comprador ele faz uma espécie de intermediação sem que o dono “de verdade” saiba. Na hora de fazer o pagamento, porém, a pessoa acaba recebendo a conta do estelionatário.