Cadastre-se gratuitamente e leia
O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
em seu dispositivo preferido

Morre aos 87 anos Abi-Rihan, voz que participou da história do rádio no Brasil

Radialista foi chefe de Jornalismo na Rádio Nacional

Douglas Corrêa – Agência Brasil
Morreu nesta quarta-feira (23), aos 87 anos, no Rio de Janeiro, o radialista, produtor e apresentador Hilton Abi-Rihan, vítima de um AVC hemorrágico. Nascido em Mimoso do Sul, no Espírito Santo, Abi-Rihan, como era conhecido, começou no rádio muito cedo, como locutor, na Rádio Difusora, da sua cidade natal, onde atuou entre os anos de 1957 e 1959.

De lá foi para o Rio de Janeiro, onde atuou na equipe de repórteres da equipe de Carlos Palut, na Rádio Continental. Tinha uma equipe de repórteres que se tornou famosa. Os Comandos Continental, intensificou a prática da reportagem externa e ao vivo.

Isso mudou a característica do rádio no Rio de Janeiro. Com o slogan: “A Continental está onde a notícia está” vários repórteres acompanhavam o desdobramento da notícia. Essa equipe era formada por Ary Vizeu, Peres Junior, Hilton Abi-Rihan, Paulo Caringi, Afonso Soares, Celso Garcia, entre outros.

Abi-Rihan ficou na Rádio Continental até 1976, quando foi para a Rádio Nacional, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), como chefe de Jornalismo. Na emissora, trouxe a experiência adquirida em coberturas externas e passou a cobrir os grandes eventos da cidade. O carnaval tinha cobertura em todos dias de desfile, além do desfile das escolas do grupo de acesso na Avenida Rio Branco. Mas a cobertura jornalística que mais se orgulhava foi a cobertura da visita do Papa João Paulo II ao Brasil, em 1980.

Abi-Rihan também participou de coberturas marcantes na TV Continental e na Bandeirantes e, antes, na extinta TV Tupi, onde era locutor e apresentava as crônicas diárias de Gilson Amado, educador, escritor e jornalista.

Na Rádio Nacional, criou o programa Nacional 80, junto com Washington Rodrigues, com reportagens e entrevistas diárias com artistas da televisão.

Como diretor de jornalismo da Rádio Nacional do Rio, montou todo o esquema para a cobertura ao vivo do julgamento da socialite mineira Ângela Diniz, assassinada a tiros pelo namorado, Raul Fernando do Amaral Street, conhecido como Doca Street, em 1976, na Praia dos Ossos, em Búzios, na Região dos Lagos. O crime, um caso emblemático de feminicídio, chocou o país e desencadeou uma onda de protestos, marcando o início de discussões sobre a violência contra a mulher no Brasil. A Rádio Nacional foi a única emissora da época a transmitir do Tribunal do Júri de Cabo Frio todo o julgamento.

Mais tarde, quando se transferiu para a Rádio Globo, apresentou, na década de 90, o programa Show da Madrugada, que comandava ao lado do radialista Washington Rodrigues.

Atualmente, ainda apresentava o programa Samba & História, na Boa Vontade TV e na Super Rede Boa Vontade de Rádio, da Legião da Boa Vontade, onde entrevistava e narrava episódios da cultura brasileira.

O gerente-executivo das Rádios da EBC, Thiago Regotto, que conviveu com Abi-Rihan na Rádio MEC e se reunia com ele até hoje, disse que Abi-Rihan era no rádio a mesma pessoa que era no lar. Católico fervoroso, também era conhecido pelos colegas como Abi de Deus. Regotto cita a memória e as histórias que Abi-Rihan contava do rádio.

“Era uma pessoa muito cativante. Era espontâneo, natural e um grande amigo. Gostava de marcar almoços para contar histórias do rádio. Um grande amigo e uma grande figura humana”, descreveu o gerente-executivo.

Hilton Abi-Rihan deixa a esposa, Clemens Abi-Rihan, que conheceu na Rádio Nacional, além de dois filhos e dois netos.

Tags

Compartilhe:

Edição 28/10/2025
Diário TV Ao Vivo
Mais Lidas

Café Pingado se apresenta no Chalé Carioca, em Teresópolis

Águas da Imperatriz deve concluir obras atuais antes de ‘abrir novos buracos’

Polícia investiga mais um ‘motoqueiro exibicionista’ em Teresópolis

Teresópolis: Acidente quase termina em tragédia

Ladrões furtam residências nas zonas urbana e rural

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE